A Dachser, empresa alemã especializada em logística, prevê que a volatilidade e os desafios continuarão moldando o mercado de logística em 2022. A guerra na Ucrânia deixará marcas profundas na economia global, além dos custos recordes de energia e combustível, do agravamento da escassez de motoristas e das interrupções persistentes nas cadeias de suprimentos globais, na avaliação da companhia.
“Devemos aceitar que estamos em mais um ano em que a manutenção das cadeias de suprimentos exigirá gerenciamento de crises, flexibilidade e resiliência”, afirma Burkhard Eling, CEO da Dachser.
Diante desse cenário, a Dachser está investindo em instalações de logística, tecnologias digitais e equipamentos. Depois de aportar cerca de 100 milhões de euros em 2021, a empresa planeja gastar 200 milhões de euros em 2022. “Isso inclui projetos importantes, como nosso armazém totalmente automatizado em Memmingen, na Alemanha, que será inaugurado em outubro e conta com 52 mil espaços”, explica Eling. “Ao mesmo tempo, estamos fazendo investimentos substanciais em digitalização, proteção climática e especialmente em nossos funcionários — afinal, a logística é e sempre será um negócio administrado de pessoas para pessoas”, acrescenta.
Em 2021, a Dachser alcançou receita consolidada de 7,1 bilhões de euros, crescimento de 26% em relação a 2020. A empresa atribui o crescimento ao negócio de frete aéreo e marítimo, o que possibilitou um aumento global de vendas em 78,3%. No Brasil, o avanço foi de 55%, totalizando 63,9 milhões de euros, também impulsionado pelo transporte aéreo e marítimo.
O resultado, segundo a companhia, representa a retomada global na trajetória de crescimento dinâmico da empresa, após um período de estagnação impulsionado pela pandemia da Covid-19 em 2020. Os principais responsáveis pelos números positivos de 2021 foram os embarques e a tonelagem, que tiveram alta orgânica de 6,3% e 7,7%, respectivamente. Os altos preços dos fretes, causados pela escassez de capacidade de carga vivenciada por todas as transportadoras, selaram esse salto de receita.
“Não há dúvida de que 2021 foi excepcional em muitos aspectos, com alguns desafios extremos a serem superados. Foi um ano marcado não apenas por uma pandemia, mas também pelo Brexit e pela ruptura nas cadeias de suprimentos globais, o que causou grande incerteza entre nossos clientes”, diz o CEO da Dachser.
“Mesmo nesta situação, conseguimos oferecer soluções logísticas mantendo alto nível de qualidade e serviço. Dessa forma, fortalecemos os laços com os clientes e buscamos a expansão direcionada dos negócios, principalmente com nossas grandes contas. Foi uma conquista extraordinária, em que as condições difíceis fizeram com que nossas equipes tivessem que dar tudo de si.”
A área de negócios de logística rodoviária (Road Logistics), que compreende o transporte e armazenamento de bens industriais e de consumo (European Logistics) e de alimentos (Food Logistics), cresceu 12,3% em 2021, com receita de 4,99 bilhões de euros – somente a European Logistics aumentou sua receita em impressionantes 13,1%, atingindo 3,92 bilhões de euros. Segundo a empresa, depois que os lockdowns no sul da Europa e em outras partes do mundo levaram a uma queda de 2,2% na receita em 2020, o resultado representa um aumento significativo, mesmo em relação a 2019, o ano pré-Covid.
A empresa informa que em 2021, os negócios de frete aéreo e marítimo foram caracterizados por interrupções na cadeia de suprimentos, falta de capacidade de frete e taxas altas correspondentes. Como consequência desse desenvolvimento, a área de negócios Air & Sea Logistics obteve crescimento recorde de receita: 78,3%. Um sucesso em particular foi a expansão dos fretamentos aéreos para uma rede de transportes regulares entre Ásia, Europa e América do Norte. A Dachser completou um total de 230 fretamentos durante o ano.
“A capacidade de frete disponível oferece aos clientes a certeza de planejamento, e essa foi a chave para nosso sucesso em 2021. Além disso, conseguimos alimentar mercadorias que chegavam de outros continentes diretamente para nossa própria rede de transporte terrestre na Europa, o que se mostrou muito vantajoso”, afirma o CEO da Dachser.
