Sonia Moraes
A indústria de autopeças acumulou de janeiro a março de 2022 déficit de US$ 3 bilhões, superando em 51,7% o saldo negativo de US$ 1,99 bilhão registrado no primeiro trimestre de 2021, segundo dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Esse resultado é decorrente do fluxo de importações de peças automotivas que atingiram US$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre, 35,3% acima dos US$ 3,5 bilhões importados no mesmo período de 2021, enquanto as exportações ficaram bem abaixo e alcançaram US$ 1,72 bilhão, mesmo com o aumento de 13,7% sobre o mesmo período do ano passado, que totalizou US$ 1,51 bilhão.
Em março, as importações totalizaram US$ 1,8 bilhão, 2,3% a mais que no mesmo mês de 2021 (US$ 1,7 bilhão), e as exportações atingiram US$ 647 milhões, crescimento de 12,3% sobre março do ano passado (US$ 576 milhões).
O Sindipeças destaca que o avanço firme das importações pode ser resultado de antecipação de compras devido a problemas decorrentes na cadeia global de fornecimento, de mudanças no mix de veículos – preferência pelos modelos SUV – e de uma maior incorporação de componentes e gadgets eletrônicos nos modelos atuais.
Do total de componentes importados de 144 países no primeiro trimestre de 2022, a China se destacou com US$ 856,9 milhões, 40% a mais que no acumulado de janeiro a março de 2021, e a participação foi 18% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 528,6 milhões, 49% a mais que o mesmo mês do ano anterior e 11,1% de participação.
A Alemanha teve 9,7% de representatividade, com o total de US$ 462,6 milhões, 33,7% a mais que no primeiro trimestre de 2021. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 9,1% de participação, com US$ 433,3 milhões, 44,5% a mais que nos três primeiros meses de 2021.
Nas exportações destinadas a 191 mercados, os principais foram a Argentina, com US$ 575,2 milhões, 42% a mais que no primeiro trimestre de 2021 e 33,4% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 286,1 milhões, 8,9% a mais que nos três primeiros meses de 2021 e 16,6% de participação.
Na sequência, aparece o México, que absorveu US$ 163,6 milhões, 9% a menos que no mesmo período do ano passado, ficando com 9,5% do total, e a Alemanha, que teve 7,6% de participação, com US$ 130,4 milhões, aumento de 21,2% sobre o acumulado de janeiro e março de 2021.