A Embraer projeta entregar de 60 a 70 aeronaves comerciais e de 100 a 110 jatos executivos em 2022. A receita estimada pela companhia é de US$ 4,5 a US$ 5 bilhões, com margem Ebitda ajustada variando entre 8% a 9%. O fluxo de caixa esperado é de US$ 50 milhões.
Em 2021, a receita líquida consolidada foi de US$ 4,2 bilhões (R$ 22,7 bilhões). Este resultado, que é 15% superior a 2020, ficou de acordo com o esperado pela companhia que era de US$ 4 a US$ 4,5 bilhões, segundo destaca a empresa em seu balanço financeiro.
A aviação comercial reportou crescimento de 23% de receita em 2021, totalizando R$ 7.132,6 milhões devido ao aumento nas entregas de E195-E2, bem como pelos preços mais altos. A família de E-Jets E2, especialmente o E195-E2, representou 44% das entregas em 2021, em comparação aos 25% do total de entregas em 2020. Ao todo foram entregues 48 aeronaves, 9% a mais que em 2020.
A aviação executiva alcançou receita de R$ 6.125,5 milhões em 2021, crescimento de 9% no ano, impulsionada pelo aumento das entregas e preços mais altos. Ao todo, foram entregues 93 jatos em 2021 – 62 leves e 31 médios –, o que representou crescimento de 8% sobre 2020.
A defesa & segurança reportou uma queda de receita de 8% para R$ 3.176,1 milhões, tendo sido impactada principalmente pela negociação junto à Força Aérea Brasileira (FAB) em relação ao contrato do KC-390, no qual o número de aeronaves a serem entregues foi reduzido de 28 para 22 unidades, com entregas previstas até 2034. O resultado da negociação gerou uma redução de US$ 526 milhões no backlog e uma redução de US$ 43 milhões na receita líquida em 2021, sem nenhum efeito imediato no caixa.
Os serviços & suporte apresentaram sólida recuperação com receita reportada de R$ 6.104,6 milhões, representando crescimento anual de 29%. Tal recuperação deve se estender à medida que as operações das companhias aéreas continuem a se recuperar do pico da pandemia em 2020.
Com relação aos pedidos em carteira, a Embraer informa que ao final de 2021 o backlog era composto por: aviação comercial – US$ 9,0 bilhões (53%); aviação executiva – US$ 2,9 bilhões (17%); defesa & segurança – US$ 2,7 bilhões (16%); e serviços & suporte – US$ 2,4 bilhões (14%).
Na aviação comercial, a Azorra assinou contrato com a Embraer para adquirir 20 novas aeronaves da família E2, além de mais 30 direitos de compra flexível para aeronaves E190-E2 ou E195-E2. O pedido, avaliado em US$ 3,9 bilhões, foi assinado em dezembro de 2021 e deve começar a ser entregue no início de 2023.
Durante o Dubai Air Show em novembro, a Embraer anunciou um pedido de três novos jatos E175 para a Overland Airways, da Nigéria, com direitos de compra para outras três aeronaves do mesmo modelo, a serem entregues a partir de 2023. O valor do contrato é de US$ 300 milhões, a preço de lista com todas os direitos de compra sendo exercidos.
A Embraer informa que os jatos da série Phenom 300 se tornaram os modelos da categoria mais vendidos do mundo pelo décimo ano consecutivo e o bimotor a jato mais entregue de 2021. A Embraer e a NetJets, Inc. assinaram um acordo para até 100 Phenom 300E, totalizando mais de US$ 1,2 bilhão, com a primeira entrega prevista para o segundo trimestre de 2023.
A companhia entregou um novo Phenom 300E em Quito, no Equador e um novo Praetor 500 no Canadá para a AirSprint, ambos marcando a primeira entrega de cada tipo de aeronave nesses países.
Durante 2021, a FAB contou com quatro aeronaves de transporte multimissão C-390 Millennium em operações de transporte logístico, movimentando toneladas de suprimentos para o combate à pandemia no Brasil e equipamentos pesados destinados a obras de infraestrutura na região norte de Brasil.
Devido ao impacto causado pela pandemia da Covid-19, a Embraer fechou 2021 com prejuízo líquido de US$ 29 milhões, ante uma perda de US$ 464 milhões em 2020.