Transporte Moderno – Como foi o ano de 2021 para a Copersucar, em comparação com 2020?
Rodrigo da Silva Lima – A demanda internacional por açúcar segue alta e o consumo de combustíveis também vem crescendo, o que acaba contribuindo para os resultados da companhia.
Na área de logística, mesmo apresentando recordes de embarques de açúcar, a companhia tem usado a sua flexibilidade no terminal em Santos para elevação portuária de grãos e, assim, otimizar os ganhos. Na safra passada, foram movimentadas mais de dois milhões de toneladas de grãos como soja e milho. Além disso, a Copersucar segue focada na melhoria das negociações dos fretes com o objetivo de aumentar a sua margem, além de já contar com eficientes contratos ferroviários de longo prazo.
Transporte Moderno – O que mudou na safra de 2020/2021 para 2021/2022 e que pode influenciar os resultados da empresa? Os efeitos da pandemia já se dissiparam?
Rodrigo da Silva Lima – O longo período de seca que enfrentamos em 2021, somado às inesperadas geadas na região Centro-Sul devem interferir no volume de produção do setor. Mesmo assim, a safra menos alcooleira com direcionamento maior para a produção de açúcar nos permitiu capturar mais resultados em logística.
Com relação à pandemia, os efeitos já vêm diminuindo, principalmente, por causa do avanço da vacinação e a retomada da atividade econômica. Com isso, a demanda por etanol pode se recuperar já em 2022. Soma-se a isso, o fato do etanol, o biocombustível que gera menos impacto ao meio ambiente, ganhar ainda mais força dentro de uma agenda mundial de redução das emissões de GEE e do aquecimento global. Apostamos no etanol como uma excelente alternativa de baixo carbono para mobilidade urbana. Vale ressaltar que a companhia segue mantendo todos os cuidados e protocolos de sanitário, de forma a garantir a segurança e saúde dos seus colaboradores e terceiros, ao mesmo tempo em que mantém a eficiência e produtividade das atividades.
Transporte Moderno – Quais os investimentos e novos serviços ou contratos feitos em 2021? E qual a previsão em investimentos para 2022?
Rodrigo da Silva Lima – Olhando para a estrutura já disponível, sabíamos que precisávamos sair da pandemia mais forte do que entramos. Neste sentido, um dos focos da companhia foi investir em melhorias de processos e atualização de equipamentos. No terminal açucareiro Copersucar, localizado no porto de Santos, por exemplo, trouxemos novos equipamentos de amostragem de produto. Na área de tecnologia, a companhia intensificou a migração de todos seus os processos para a nuvem com o objetivo de aumentar a produtividade e eficiência, modernizar processos e acelerar a expansão dos nossos negócios. Além disso, seguimos investindo mais intensamente em modernização e automatização dos processos, através de um sistema integrado de monitoramento de todas as nossas operações, buscando alavancar os indicadores de eficiência e reduzir o tempo dos processos.
Transporte Moderno – Quais são as perspectivas para o setor e para sua empresa em 2022?
Rodrigo da Silva Lima – Esperamos uma retomada forte do mercado, permitindo, por exemplo, uma recuperação no consumo de etanol no mercado doméstico. Com uma produção maior e mais disponibilidade de produtos, assim será possível otimizar os fluxos logísticos e as melhorar margens. Com uma operação mais simples e eficiente teremos resultados ainda mais positivos.
Transporte Moderno – Quais são hoje as principais dificuldades do setor?
Rodrigo da Silva Lima – Quando avaliamos a questão logística, a resolução de alguns pontos críticos de infraestrutura facilitaria um crescimento ainda maior do setor. É o caso da implantação da pera ferroviária no Porto de Santos. Esperamos que as obras de tenham início no ano que vem, o que beneficiará o aumento do fluxo de vagões. Além de trazer mais eficiência na logística, a ampliação do modal ferroviário permitirá uma redução de emissão de carbono no meio ambiente, contribuindo com um transporte mais sustentável.
Transporte Moderno – Qual é a principal estratégia da companhia para continuar ampliando sua atuação no mercado?
Rodrigo da Silva Lima – Seguiremos investindo na capacidade das operações, com aumento da estrutura, ampliação do uso de tecnologias e automação para minimizar custos e ganhar em eficiência e escala. No porto, devemos continuar a atuar na flexibilização do terminal, atendendo grãos e açúcar.