Transporte Moderno – Quais os destaques da empresa neste ano?
Guilherme Segalla de Mello – O mais importante é que os dados mostram que o modal ferroviário, e mais especificamente a MRS, está pronto para atender às diversas demandas do setor produtivo, à medida que a atividade econômica se recupera. O Brasil tem muita demanda por uma logística mais diversificada e eficiente. Para isso, a ferrovia é essencial. A MRS está muito bem posicionada, seja pela sua eficiência operacional, seja pela presença justamente nos três estados mais ricos do Brasil.
Transporte Moderno – A MRS fez investimentos recentemente? Em que foi aplicado o valor?
Guilherme Segalla de Mello – Em 2020, a MRS investiu R$ 785 milhões em iniciativas para garantir o atendimento do volume e a sustentabilidade da operação, para o avanço no crescimento da carga geral e em seu processo de transformação digital. E em 2021, investimos R$ 58,5 milhões na construção do terminal intermodal de Pederneiras para o transporte de celulose.
Transporte Moderno – O que a empresa projeta para 2022?
Guilherme Segalla de Mello – Neste momento, estamos finalizando a construção do plano de negócios da MRS para a renovação antecipada de sua concessão, junto à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e Ministério de Infraestrutura, para que possamos encaminhá-lo ao Tribunal de Contas da União (TCU). A princípio, estamos prevendo reverter a outorga de R$ 9,5 bilhões em investimentos estruturantes. Entendemos que a nossa renovação contribuirá fortemente para o melhor equilíbrio da matriz logística brasileira, dos atuais 15% para algo em torno de 40% ao longo dos próximos anos.
Transporte Moderno – Tem investimentos programados para o próximo ano?
Guilherme Segalla de Mello – A renovação da concessão da MRS será um marco importante porque destravará uma série de investimentos fundamentais para a ferrovia brasileira, especialmente, a da região sudeste. Serão 280 projetos, por exemplo, quatro polos intermodais que interligarão a região Sudeste pela ferrovia, pretendemos segregar os trens de carga e de passageiros na região metropolitana de São Paulo, o que abriria espaço também para a construção do trem intercidades (TIC), além de várias outras iniciativas que trarão ainda mais capacidade e segurança para o sistema logístico nacional.
Transporte Moderno – O que está levando as empresas a investir mais em ferrovias?
Guilherme Segalla de Mello – As vantagens de uma logística multimodal são facilmente percebidas pelos clientes. A ferrovia, aliada a outros modais, garante atributos como previsibilidade, segurança para a carga, menor valor de seguro dos itens transportados, menor emissão de CO2 na cadeia logística, o transporte de grandes volumes em apenas uma composição, entre outros fatores.
Transporte Moderno – Qual região atua a MRS?
Guilherme Segalla de Mello – A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 quilômetros nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as maiores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada nos anos 1990. Quase 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS.