Transporte Moderno – Passada a fase mais difícil da pandemia como está a situação da Sumitomo Rubber do Brasil hoje?
Rodrigo Alonso – A retomada para a empresa começou desde junho do ano passado, após a parada da produção em maio para enfrentar a pandemia da Covid-19, e não parou mais.
Transporte Moderno – Quais são os planos da empresa?
Rodrigo Alonso – A Sumitomo Rubber do Brasil vai investir R$ 1,06 bilhão nos próximos cinco anos para ampliar a capacidade da fábrica de Fazenda do Rio Grande, no Paraná, onde produz pneus das marcas Dunlop, Falken e Sumitomo, para suprir a grande demanda do mercado brasileiro, concentrando o maior foco em pneus de carga, que antes eram importados do Japão, onde está a sede a companhia.
Transporte Moderno – Quantos pneus serão produzidos nesta fábrica?
Rodrigo Alonso – A meta da empresa é dobrar a produção de pneus para veículos de carga, de mil unidades diárias para mais de 2,2 mil pneus por dia até 2025. E aumentar em 28% a produção de pneus para veículos de passeio (carros, picapes e SUV) até 2024, atingindo 23 mil unidades diárias.
Transporte Moderno – Quando a Sumitomo começou a produzir pneus no Brasil?
Rodrigo Alonso – A linha de produção de pneus para veículos de passeio está ativa desde 2013 e já passou por outras expansões, produzindo atualmente 18 mil unidades por dia. E a partir de 2019 começou a produzir os pneus de carga, atingindo naquele ano 500 unidades por dia. No ano passado o volume aumentou para 1.000 unidades diárias e agora terá nova expansão.
Transporte Moderno – A empresa ainda importa pneus de carga?
Rodrigo Alonso – Ainda há um volume pequeno de pneus de carga importado que complementa a produção, mas a intenção da companhia é ter cada vez mais pneus de carga feitos no Brasil para abastecer o mercado brasileiro, destinando uma pequena quantidade para alguns países da América do Sul, como a Argentina.
Transporte Moderno – Quantos pneus a Sumitomo já produziu na fábrica do Paraná?
Rodrigo Alonso – Desde outubro de 2013 foram produzidos 35 milhões de pneus e deste total, 80% foram destinados ao mercado de reposição.
Transporte Moderno – Quantos funcionários emprega a companhia e como está o ritmo de trabalho?
Rodrigo Alonso – Hoje a empresa conta com 1.600 empregados, que cumprem jornada em três turnos. Com a expansão serão contratados mais de 300 empregados diretos até 2025.
Transporte Moderno – O que o senhor destaca de novidade nesta fábrica?
Rodrigo Alonso – Em 2019, a Sumitomo começou a produzir na fábrica do Paraná o pneu SP 320 para caminhões com a tecnologia Taiyo (Sun) System, sistema de fabricação de pneus sem emendas, que garante maior precisão e segurança. O objetivo deste pneu sem emendas é garantir o melhor balanceamento e um desgaste regular.
Transporte Moderno – A empresa já tem contrato fechando direto com as montadoras?
Rodrigo Alonso – Ao longo destes dez anos de operação no Brasil o primeiro contrato foi com a Volare, uma das empresas da Marcopolo, para o fornecimento do pneu Dunlop SP 320, desenvolvido com a tecnologia Advanced Footprint Control, que amplia a área de contato com o solo, aumentando a qualidade a durabilidade do pneu, além de reduzir o desgaste irregular. Outra parceria fechada em julho deste ano foi com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para o fornecimento do pneu Dunlop SP320, nas medidas 275/80 R22 e 295/80 R 22.5 para os caminhões pesados da linha Constellation.
Transporte Moderno – Que avaliação a Sumitomo faz do Brasil?
Rodrigo Alonso – Depois do impacto causado pela pandemia com as mudanças no cenário econômico, a companhia está confiante na recuperação do país e atenta a este momento de retomada, principalmente do mercado de caminhões, mantendo assim seu plano de expansão e intensificando suas ações para ampliar a participação com os novos modelos de pneus que serão produzidos no Brasil.
Transporte Moderno – Como está a estrutura de atendimento da empresa no Brasil?
Rodrigo Alonso – A empresa conta com 342 revendas próprias e uma rede com 21 contêineres instalados em pontos estratégicos das rodovias do país.
Transporte Moderno – A empresa está investindo em materiais sustentáveis?
Rodrigo Alonso – O centro de pesquisa e desenvolvimento da companhia no Japão, tem realizado muitas pesquisas com plantas e outros insumos para substituir a borracha sintética, seguindo também o caminho da sustentabilidade. Esse talvez seja o grande desafio e tornar isso em escala e num custo acessível.