A implantação de um terminal de regaseificação (Regás) no complexo industrial portuário de Suape, prevista para o primeiro semestre de 2022, deve gerar investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão para Pernambuco. O montante corresponde aos aportes em infraestrutura, visando a implantação da unidade, que receberá um navio indústria – conhecido como Floating Ship Regaseification Unit (FSRU) – para viabilização da operação, por meio de gasodutos interligados a uma estação de transferência de custódia (ETC).
Durante o processo de instalação do terminal, cerca de 2,5 mil empregos serão gerados, e com a unidade em funcionamento, outros 300 postos de trabalho deverão ser criados. Para viabilizar o terminal de Regás, a administração da estatal portuária iniciou um processo de licitação pública para exploração do cais de múltiplos usos. A primeira fase do certame foi aberta em junho deste ano, com o chamamento público anunciado no dia 24 de julho, visando os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA), essenciais e obrigatórios para implementação da operação. Cinco empresas manifestaram interesse no empreendimento, que fará com que o cais passe a ter uso ininterrupto, gerando, anualmente, cerca de R$ 4 milhões em taxas para o porto.
O cais de múltiplo uso opera atualmente com apenas 18% da capacidade, podendo ser melhor explorado com essa nova operação, tornando-se hub de GNL no Nordeste.
“O gás natural que chegará por Suape atenderá não só as indústrias do complexo, mas também outros empreendimentos instalados em Pernambuco e na região. Esse é um importante passo para o fomento do segmento e para o meio ambiente, por ser um gás menos poluente. Com isso, Suape reforça os conceitos de sustentabilidade dentro e fora do porto”, ressalta o diretor-presidente do porto de Suape, Roberto Gusmão.
O processo licitatório para uso do cais corre paralelamente às tratativas com os demais órgãos federais que regulam o setor, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a secretaria nacional de portos e o ministério da infraestrutura. A expectativa, agora, é quanto à abertura de processo seletivo simplificado para assinatura de contrato de transição ainda neste mês de setembro. Posteriormente, deverá ser aberto processo licitatório para cessão de uso onerosa, que deve ocorrer em aproximadamente 18 a 24 meses.
A operação de transformação do gás natural liquefeito (GNL) na forma gasosa será realizada pelo navio estacionário, conectado por gasodutos à Estação de Transferência de Custódia (ETC), para posterior distribuição pela rede que liga o porto às cidades do Grande Recife, interior do estado e demais regiões, em uma operação ship to ship.