Sonia Moraes
A Iveco lança no mercado brasileiro o Tector Auto-Shift Coletor. É o único caminhão para coleta urbana de resíduos com câmbio automatizado. “Este câmbio foi desenvolvido especificamente para esta operação e proporciona 20% de redução de consumo de combustível se comparado à transmissão automática”, explica Alexandre Jordão, gerente de marketing de produto da Iveco.
O novo caminhão recebeu uma série de modificações estruturais, como eixo e suspensões reforçadas e freios com maior capacidade de frenagem, além do novo para-choque curto que permite um ângulo de ataque maior e melhora o acesso às áreas acidentadas. Este veículo conta também com assistente de partida em rampa e sistema de controle de tração.
Com o novo caminhão, a Iveco pretende obter 10% deste mercado que vende de 1.000 a 1.500 unidades anualmente. A empresa já tem 20 caminhões Tector produzidos e boa parte deles já está vendida.
O Tector Auto-Shift Coletor está equipado com o motor NEF n67, da FPT Industrial, com 300 cv e 1.050 Nm de torque. Está disponível em duas configurações de entre-eixos, para aplicações 4×2 e 6×2. Este caminhão tem capacidade para receber implementos de 15 a 19 metros cúbicos, sendo este último na versão 6×2 pusher.
Linha leves –
No segmento de caminhões leves, a Iveco prepara para janeiro de 2022 o lançamento do Iveco Daily Euro 6 de 3,5 toneladas. “Estamos mantendo todos os ganhos da linha Daily atual e com a nova motorização teremos um produto ainda mais econômico, forte e rentável para o transportador”, disse Bernardo Pereira, diretor de marketing da Iveco para a América do Sul.
“Isso prova que a estratégia que traçamos está dando certo”, afirmou Ricardo Barion, diretor comercial da Iveco. “Crescemos em todos os segmentos por conta de uma linha de produtos adequada às demandas de mercado. A nova linha Daily que lançamos no ano passado teve um incremento de tecnologia, segurança e design, que nos manteve no topo do segmento. Já a linha Tector está cada vez mais presente no segmento de médios e pesados por causa da sua versatilidade e robustez.”
Segundo Barion, a linha Tector de 9 e 11 toneladas, lançada em julho de 2019, cresceu muito e já foram produzidos mais de 3.000 veículos, garantindo à Iveco quase 10% do segmento.
“No segmento de pesados, as linhas Hi-Road e Hi-Way evoluíram bastante e tem se mostrado como uma das opções mais inteligentes para o transportador, com o melhor custo-benefício do mercado. Hoje fazemos parte de grandes frotas, como a D’Granel e Fertran, que adquiriram recentemente 120 caminhões pesados da marca, e a Bom Jesus que renovou sua frota com 120 dos caminhões Tector e Hi-Way”, disse Barion.
Márcio Querichelli, presidente da Iveco na América do Sul, afirmou que a Iveco atravessa uma das melhores fases no Brasil desde a chegada ao país em 1997, tendo registrado em 2020 aumento de 30% nas vendas de caminhões, com 5.064 veículos emplacados, em um mercado que teve queda de 11%. Em 2021, a Iveco cresceu 77,8% de janeiro a agosto, com 5.192 caminhões emplacados, enquanto o mercado cresceu 50,8% no período.
“Vamos continuar acelerando neste ritmo quase alucinante e vamos intensificar nossas ações cada vez mais”, destacou Querichelli.
Como parte da estratégia para avançar no mercado brasileiro a Iveco contratou 822 funcionários, sendo a maior parte para reforçar a produção de caminhões na fábrica de Sete Lagoas (MG), além de intensificar o foco no desenvolvimento de veículos movidos a combustíveis alternativos por meio do programa Natural Power.
“Temos expertise nesse tipo de tecnologia e, agora, chegou a vez de trilharmos esse caminho, irreversível, rumo à sustentabilidade aliada à rentabilidade da operação do cliente. O novo programa Brasil Natural Power vai desenvolver e adaptar nossa expertise global em combustíveis alternativos para os segmentos e condições brasileiras”, declarou Querichelli.
Outro plano para 2021 é o processo de spin-off que colocará a Iveco em um novo rumo a partir do ano que vem. A nova empresa será composta pelas marcas Iveco, Iveco Bus, Iveco Defence Vehicles, Magirus e FPT. “Esse é um passo muito importante para nossa operação na América do Sul, que fortalecerá ainda mais o negócio e, tenho certeza que, junto com nosso time, continuaremos expandindo a participação da marca na região”, disse Querichelli.
O presidente da Iveco destacou que o plano estratégico global e local está integrado e passa por três etapas: a consolidação do diesel, com o caminho para o Euro 6, e em paralelo a empresa está trabalhando no veículo a gás. “Acreditamos que no futuro teremos um caminho para o veículo elétrico, mas no Brasil em função da falta de infraestrutura e de todo o custo que envolve a operação e o produto isso não acontecerá nos próximos anos, mas num período mais longo. Portanto, a nossa estratégia é de consolidar o diesel, focar no veículo a gás e seguir no desenvolvimento dos veículos elétricos”, afirmou Querichelli.
O processo de descarbonização tem que ser pensado no cliente, segundo o diretor de marketing da Iveco. “Estamos cumprindo todas as etapas e indo para soluções a gás, mas os próximos passas para o futuro são os veículos elétricos que estão no radar”, disse Pereira.