O mercado de ônibus fechou julho com 1.270 veículos emplacados. A retração de 11,2% em comparação a junho deste ano (1.430 veículos) foi influenciada pelo encerramento da licitação do programa Caminho da Escola de 2019 e já era prevista pelas montadoras. A média diária de emplacamentos no mês passado girou em torno de 58 veículos, enquanto em junho era de 68 veículos.
“Restam poucas unidades a serem emplacadas dos ônibus que já foram entregues e isso impactou no número de ônibus vendidos em julho”, esclareceu Marco Saltini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que considerou o resultado de julho como o pior desde 2017.
“O programa Caminho da Escola está diminuindo a participação, mas ainda em julho representou 25% do mercado de ônibus e o segmento de urbanos foi o mais representativo, com 31% de participação nas vendas”, destacou Saltini.
No acumulado de janeiro a julho a venda de 8.808 chassis de ônibus superou em 21,7% os sete meses de 2020, quando 7.239 veículos foram emplacados, resultado enfraquecido pelo impacto da pandemia no ano passado. Mas Saltini considerou o desempenho nos sete meses deste ano como o melhor desde 2019.
Mesmo assim, Saltini lembrou que o mercadode ônibus ainda continua afetado pela crise sanitária. “O mercado de ônibus, que não tinha uma situação confortável antes da pandemia, com relação ao preço das tarifas e aos custos dos operadores, acabou se fragilizando ainda mais quando muitos ônibus urbanos deixaram de circular com o fechamento das cidades ou tiveram que circular com número menor de passageiros durante a pandemia”, observou Saltini.
Produção – A produção de julho, sem contabilizar os ônibus para o Caminho da Escola, apresentou queda de 5,5%, totalizando 1.533 chassis, quando comparada aos 1.622 veículos fabricados em junho deste ano.
No acumulado de janeiro a julho a produção de 11.857 chassis de ônibus foi 12,1% superior ao mesmo período de 2020 (10.575 veículos), que sofreu o impacto causado pela pandemia, segundo Saltini.
Do total de ônibus produzidos até julho deste ano 10.312 são de modelos urbanos, que representaram um crescimento de 21,3% sobre os sete meses de 2020, que tiveram 8.501 veículos fabricados. De modelos rodoviários foram 1.545 unidades, 25,5% abaixo dos 2.074 veículos feitos de janeiro a julho do ano passado. Saltini explicou que esse resultado se deve aos pequenos movimentos de renovação de frota que vêm ocorrendo em algumas cidades.
Exportação – Nas exportações as montadoras fecharam julho com queda de 2,9% em comparação com junho deste ano, com 331 ônibus embarcados. Os veículos vendidos ao exterior de janeiro a julho totalizaram 2.220 unidades, 2,9% abaixo dos 2.287 ônibus exportados nos setes meses de 2020.
Do total de ônibus exportados até julho os modelos urbanos tiveram aumento de 30,8% com o embarque de 1.533 veículos, ante os 1.172 modelos exportados nos sete meses de 2020. Os rodoviários apresentaram retração de 38,4%, com 687 veículos exportados, quando comparados aos 1.115 veículos vendidos ao exterior no mesmo período do ano passado.
Em CKD (veículos desmontados) foram exportados 1.073 ônibus até julho, 19,5% abaixo dos 1.334 veículos embarcados de janeiro a julho de 2020, segundo a Anfavea.
Ranking – No ranking de janeiro a julho a liderança ficou com a Mercedes-Benz com a venda de 3.404 ônibus, 12,6% abaixo do mesmo período do ano passado (3.896 unidades).
O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 2.647 veículos, 52% a mais no mesmo período do ano anterior (1.742 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.567 ônibus, 84,4% mais que nos sete meses de 2020 (850 unidades). Na sequência está posicionada a Iveco com 857 ônibus vendidos, aumento de 499,3% no mesmo período do ano anterior (143 unidades), a Volvo com a venda de 243 ônibus, 9,3% a menos, e a Scania, que teve 70 veículos vendidos, redução de 69,3%.