Veículos autônomos transportam produtos na fábrica da ZF em Sorocaba, interior paulista

São quatro veículos autônomos (AGV – Automated Guided Vehicle) que podem transitar simultaneamente, 24 horas por dia, levando transmissões, eixos e componentes para manufatura entre os prédios da unidade

A planta fabril da ZF de Sorocaba (SP) colocou em operação quatro veículos autônomos AGV (Automated Guided Vehicle), que suportam o transporte de produtos como transmissões, eixos, além de componentes para manufatura dentro e entre os prédios da unidade. O projeto faz parte da estratégia da ZF de tornar seus processos cada vez mais alinhados aos princípios da indústria 4.0 e de automação.

A idealização do projeto foi liderada pela área de logística da ZF de Sorocaba, a primeira do grupo no mundo a implementar essa tecnologia com interface para áreas externas. Em 2020, a infraestrutura da unidade foi adaptada para receber esses veículos. O primeiro deles começou a circular em janeiro de 2021, sendo que os quatro AGV passaram a funcionar simultaneamente dois meses depois.

De acordo com Marco Contó, gerente sênior de logística da ZF América do Sul, além dos processos de automação e digitalização, previsões futuras de ampliação da complexidade logística e de toda a operação da ZF América do Sul para os próximos anos, foram os grandes impulsionadores para a criação e implementação do novo projeto dentro da unidade, que trouxe um aumento de 31,8% de produtividade na movimentação de cargas e redução de 94,6% na variabilidade do tempo de entrega dos materiais. 

“Após uma série de estudos, definimos o escopo e seguimos para a implementação, realizando workshops, simulações via computador e exercícios em que foram consideradas variantes como distâncias, rotas, quantidades de materiais a serem transportados, pontos de paradas, áreas externas, entre outras”, diz Renan Rêgo, gerente de logística da unidade. 

Um dos maiores desafios na concepção do projeto foi a operação em áreas externas. “Tivemos que levar em consideração um ambiente com variantes totalmente imprevisíveis, como o trânsito de veículos externos dos mais variados tipos e tamanhos, além de pessoas, condições climáticas diversas, intempéries. Todos esses detalhes foram amplamente estudados e analisados exaustivamente para que a operação tivesse sucesso”, diz Rêgo.  

Ao implantar a tecnologia, levou-se ainda em consideração o funcionamento dos veículos em meio à uma grande operação industrial e ao trânsito interno da unidade. “A preocupação foi de iniciar e manter em funcionamento um projeto dessa envergadura em paralelo ao andamento normal das atividades fabris, considerando a interação desses veículos com os colaboradores e a necessidade absoluta da preservação da segurança de todos e da operação como um todo”.

“Chegamos à conclusão que a adoção foi altamente positiva, pois trouxe maior precisão e eficiência na operação logística, além de maior confiabilidade e produtividade à unidade industrial. Tudo isso sem falar na maior segurança aos colaboradores. O projeto é destaque internacional no Grupo ZF, e a experiência tem sido compartilhada visando oportunidades de implantação em outras plantas”, afirma Contó.

A ZF conta atualmente com quatro veículos autônomos que transitam simultaneamente, cada um com até cinco vagões. A capacidade de cada equipamento é de cinco toneladas por viagem.

Os veículos guiam-se por meio de um fio indutivo instalado no solo em todo o trajeto. Para identificar os obstáculos, sensores foram instalados na parte inferior e superior do equipamento, que capta uma distância de até dez metros à frente ou lateralmente, com uma abertura de 210 graus. Ou seja, é possível identificar pessoas, objetos, paredes, entre outras possíveis obstruções. Ao detectar qualquer uma delas em seu caminho, o AGV aciona a emergência, para e emite um alerta sonoro, acionando o operador. Para funcionar, mais de 500 sensores (tags) foram instalados no piso, completando um total de dois quilômetros.  

Para cada uma das tags há uma definição de velocidade, raio de ação, e tudo o que o veículo deve ou não fazer. Os sensores são determinantes para o êxito do projeto, pois consideram variantes como áreas externas, piso plano, velocidade máxima, curvas, paredes. A flexibilidade é uma das grandes vantagens do AGV, uma vez que é possível alterar trajetos a qualquer momento, de acordo com a necessidade de cada operação, completa.

“Os veículos autônomos da ZF podem chegar até 14 quilômetros por hora, mas por segurança, estão programados para circular em velocidades reduzidas, de acordo com o trecho e a complexidade oferecida pelo ambiente”, explica Renan Rêgo.  O carregamento da bateria do equipamento é realizado em cinco pontos de parada. Em nenhum momento é preciso interromper a operação, pois sua capacidade de movimentação é de 24 horas por dia.

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