Transporte Moderno – Diante da atual crise sanitária, qual a expectativa do Banco Volvo para 2021?
Valter Viapiana – Será mais uma vez um ano desafiador, mas estamos confiantes de que, se o mercado de transporte continuar neste mesmo passo, poderemos até superar os volumes de financiamentos, consórcio e seguros registrados em 2020.
Transporte Moderno – O Banco Volvo está confiante na retomada econômica do país?
Valter Viapiana – Sim. Acreditamos que este ano deverá ser melhor que 2020, uma vez que os indicadores econômicos apontam para um cenário melhor. Alguns setores estão contribuindo para melhorar esse ambiente, como o agronegócio, a construção e a mineração. Eles estão indo bem e deverão contribuir para aumentar as vendas de caminhões e de equipamentos de construção.
Transporte Moderno – A partir de quando o Banco Volvo espera que os negócios comecem a ser normalizados com os seus clientes?
Valter Viapiana – É muito difícil fazer estimativa precisa de quando o mercado se normalizará, uma vez que depende de uma série de fatores, a começar pela imunização de grande parte da população brasileira. Será mais um ano desafiador, com os negócios voltando aos poucos, à medida que as empresas melhorem seu fluxo de caixa. Acreditamos que será uma retomada gradual.
Transporte Moderno – Qual o total da carteira de clientes do Banco Volvo? Quantos são contratos ativos?
Valter Viapiana – Temos aproximadamente oito mil clientes ativos, com mais de 18 mil contratos vigentes.
Transporte Moderno – Do total de recursos liberados pelo banco Volvo em 2020, quanto foi para ônibus e caminhões?
Valter Viapiana – No ano passado, 11% dos financiamentos foram para ônibus, 80% para caminhões e 9% para equipamentos de construção.
Transporte Moderno – Além da participação recorde do consórcio, qual modalidade de financiamento teve maior procura pelos clientes?
Valter Viapiana – Levando-se em consideração todos os produtos (caminhões, ônibus e equipamentos de construção), o CDC representou 60% e o Finame 40%.
Transporte Moderno – No segmento de ônibus, quanto representou o CDC, o Finame, o Leasing e o Refrota?
Valter Viapiana – O Finame representa 85% das operações de financiamento para ônibus. Os clientes preferem esta modalidade, em razão dos prazos, às vezes mais longos, e porque, diferente do CDC, a amortização é constante. Ou seja: as parcelas vão caindo ao longo do tempo. Então, quando os ônibus ficam mais velhos e precisam de mais manutenção, por exemplo, a parcela de financiamento é menor e consequentemente os operadores têm mais condições para fazer a manutenção, seja na concessionária ou em oficinas próprias.
Transporte Moderno – Quanto o banco contabilizou de clientes em 2020 e quantos veículos foram financiados? Quanto foi ônibus e caminhões?
Valter Viapiana – Incluindo todos os produtos (caminhões, ônibus e equipamentos de construção) o Banco Volvo financiou 40% das vendas da Volvo. Tivemos um recorde histórico em financiamentos, com R$ 2,89 bilhões em novos negócios e nossa carteira aumentou 27,5%.
Transporte Moderno – A pandemia mudou o comportamento dos clientes na hora de escolher a modalidade de financiamento e os prazos de pagamento?
Valter Viapiana – Não houve nenhuma mudança significativa. Eventualmente houve migração de alguns clientes do Finame para o CDC e vice versa, em razão dos juros mais competitivos em cada uma das modalidades. Às vezes o CDC é mais competitivo que o Finame ou o inverso. Isso faz os clientes procurarem a melhor alternativa em cada momento.