No dia 3 de abril, foi iniciada o embarque de 27 mil toneladas de arroz no navio MV Vola, que terão como destino à Costa Rica. O porto do Rio Grande já realiza atividades de exportação do grão, porém essa é a primeira a ser feita diretamente do Terminal Logístico do Arroz (TLA), sediado na antiga estrutura da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
A carga sai dos silos de armazenagem e segue por meio de esteiras até o porão da embarcação, em um processo que não utiliza guindastes e danifica menos o grão. Com capacidade de armazenamento para 60 mil toneladas, o TLA está recebendo a carga vinda de caminhões desde o dia 1º de março.
“Essa operação possibilita maior competitividade para o arroz que é produzido aqui. Além disso, é importante lembrar que 70% do arroz que o Brasil se alimenta passa pelo estado do Rio Grande do Sul e nada mais justo do que nós termos um terminal dedicado à sua logística, independente de outras opções”, comenta o superintendente dos portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima.
Antes da implementação do terminal, o arroz disputava espaço nos armazéns dos terminais retroportuários com a soja, que responde por um volume de exportação significativo. Com isso, o grão acabava sendo exportado apenas no período da entressafra da soja, quando havia disponibilidade de espaço para sua estocagem.
“Havia duas opções: ou não se exportava e o Brasil deixava de enviar o produto ou se armazenava nos terminais retroportuários, uma maneira cara e demorada”, explica Fernando José Fuscaldo Júnior, um dos sócios do terminal.
Atualmente, a exportação do arroz corresponde a apenas dez por cento do que é produzido, porém esse quantitativo é importante para a sustentação de seu preço no mercado. A estimativa é de que o estado, que é responsável por 70% da produção nacional, colha entre oito e nove milhões de toneladas e exporte pelo menos um milhão de toneladas.
De um modo geral, o arroz brasileiro é exportado para países como Venezuela, Nicarágua, Costa Rica, Cuba e o continente africano. No ano passado, pela primeira vez na história, um carregamento foi encaminhado para o México, país que estava habituado com a importação de arroz produzido nos Estados Unidos.