Transporte Moderno – Diante da atual crise sanitária, qual a expectativa do Banco Mercedes-Benz para 2021?
Diego Marin – Estamos avaliando o comportamento do mercado neste segundo ano de pandemia. Porém, é possível dizer que no momento temos boas expectativas em relação ao mercado de caminhões e vans, que estão em crescimento. Para o mercado de ônibus o cenário ainda é incerto, devido a este setor ter sido o mais afetado pela crise sanitária.
Transporte Moderno – O Banco Mercedes-Benz está confiante na retomada econômica do país?
Diego Marin – Apesar de atravessarmos um momento difícil, acredito que a retomada econômica virá – não sabemos ainda em qual momento –, mas estaremos prontos para apoiar nossos clientes e concessionários quando isto acontecer.
Transporte Moderno – A partir de quando o Banco Mercedes-Benz espera que os negócios comecem a ser normalizados?
Diego Marin – Dado o momento atual de muitas incertezas, ainda é cedo para fazermos previsões, até porque a normalização dos negócios pode variar bastante de acordo com o segmento de atuação e de como esse setor foi afetado com a pandemia. Alguns setores não pararam, como as áreas da saúde, supermercados, farmácia e logística, e muitos estão com alta demanda. Da nossa parte continuaremos a apoiar os clientes durante este período crítico e também quando a situação melhorar, para a retomada econômica.
Transporte Moderno – Em 2020, diante da crise sanitária, quanto o Banco Mercedes-Benz disponibilizou para o financiamento de veículos?
Diego Marin – Com demonstração de fôlego frente ao cenário imposto pela pandemia da Covid-19, o Banco Mercedes-Benz, atingiu a maior carteira de sua história em 2020. Ao alcançar a marca de R$ 12,815 bilhões, a instituição financeira superou em 2,2% o recorde histórico do ano anterior, de R$ 12,538 bilhões, e estabeleceu novo recorde para o indicador. Em novos negócios o banco contabilizou R$ 4,756 bilhões. Apesar da esperada retração em comparação ao recorde de R$ 5,586 bilhões alcançado em 2019, o resultado do ano passado ficou próximo do registrado em 2014, que foi o segundo melhor ano do banco no país.
Transporte Moderno – Do total liberado, quanto foi para ônibus, caminhões e vans?
Diego Marin – Foram 54% para caminhões, 26% para ônibus e 7% para vans.
Transporte Moderno – Qual modalidade de financiamento teve maior procura pelos clientes?
Diego Marin – O CDC continuou sendo o produto mais competitivo em 2020 em relação ao Finame devido a taxas mais competitivas, agilidade na contratação, ter taxa pré-fixada (dando mais segurança ao pequeno e médio empresário frente às oscilações de mercado dos produtos pós-fixados indexados à Selic e ao IPCA) e pela isenção do IOF (imposto que incide sobre o CDC) durante parte de 2020, tornando o produto ainda mais atrativo.
Transporte Moderno – No segmento de ônibus, quanto representou o CDC, o Finame, o Leasing e o Refrota?
Diego Marin – O CDC representou aproximadamente 75%, o Finame 20%, o Refrota 3% e o Leasing 2%. O Refrota é demandado por um perfil específico de clientes, e o Banco Mercedes-Benz continua oferecendo o produto como parte de seu mix de produtos para atender às necessidades de seus clientes, qualquer que seja a modalidade de financiamento desejada.
Transporte Moderno – Quanto o banco contabilizou de clientes e quantos veículos foram financiados?
Diego Marin – O segmento de vans obteve crescimento no volume de financiamentos frente aos números registrados em 2019. Mantendo a tendência, o setor de vans foi o que mais cresceu percentualmente, com 6,1%, totalizando R$ 315 milhões, ante os R$ 297 milhões alcançados no ano anterior. O segmento de caminhões, que havia registrado aumento de 55% em 2019, fechou o ano com R$ 2,592 bilhões de recursos liberados, ainda representando o principal negócio do Banco Mercedes-Benz. O indicador de ônibus alcançou R$ 1,25 bilhão em novos financiamentos em 2020.
Transporte Moderno – Qual foi a representatividade do Banco Mercedes no financiamento de caminhões, ônibus e vans?
Diego Marin – Em 2020, o Banco Mercedes-Benz participou de 40% do volume financiado de caminhões da marca, de 65% do volume de ônibus e 44% do volume de vans.
Transporte Moderno – Qual o total da carteira de clientes do Banco Mercedes-Benz e quanto representa o setor de ônibus, caminhões e vans?
Diego Marin – Em dezembro de 2020 o Banco Mercedes-Benz registrou R$ 12,81 bilhões em carteira e o segmento de caminhões representou 51%, ônibus 31% e vans 7%.
Transporte Moderno – As iniciativas colocadas em prática no ano passado trouxeram resultados para o Banco Mercedes-Benz?
Diego Marin – Em 2020 flexibilizamos os prazos de pagamento em até seis meses e oferecemos condições especiais de financiamento.Isso permitiu que as pessoas e empresas se reorganizassem e dessem continuidade a seus negócios com mais tranquilidade.
A estratégia de digitalização de serviços e operações do Banco Mercedes-Benz, iniciada nos últimos anos, e as ações de suporte aos clientes durante o período tiveram papel decisivo para sustentar os bons resultados. Logo no início da pandemia, em março, a instituição lançou dois canais digitais de atendimento dedicados especialmente para suportar as necessidades de renegociação, resultando em 24% dos contratos da carteira renegociados em 2020 com agilidade e conveniência, beneficiando milhares de clientes.
Transporte Moderno – Quais foram as novidades e desafios enfrentados em 2020?
Diego Marin – O desafio foi manter a excelência no atendimento e em todas as necessidades dos clientes, com todos os colaboradores em home office. Os clientes de ônibus foram muito afetados pelos efeitos da pandemia do coronavírus, uma vez que as medidas restritivas de circulação da população impactaram diretamente as receitas dessas empresas. Sabendo da importância do fôlego financeiro para o segmento, o Banco Mercedes-Benz mobilizou suas equipes internas e conseguiu disponibilizar em tempo recorde importantes formas de renegociações, tanto para as linhas de repasse, Finame e Refrota, quanto para as linhas com recursos próprios, CDC. Para aqueles clientes que precisavam de crédito para viabilizar as suas aquisições, o banco disponibilizou mais duas opções de financiamento, o BNDES Finame com taxa pré-fixada para grandes empresas e o Finame Selic.
Transporte Moderno – Em que medida a pandemia do coronavírus afetou os negócios do Banco Mercedes-Benz em 2020?
Diego Marin – Como na maior parte do mercado, o Banco Mercedes-Benz também sentiu os impactos da pandemia. Tivemos vantagem por nos mobilizarmos rapidamente em minimizar os impactos para clientes, concessionários e colaboradores.
Transporte Moderno – Quais foram as ações do banco?
Diego Marin – Criamos uma força-tarefa para atender à demanda de renegociação de milhares de contratos, mantivemos a mesma taxa, participamos do programa de reestruturação do BNDES e Refrota, aumentamos a carência e os prazos para novos negócios (seis meses de carência para novas contratações, criamos condições diferenciadas para novo Actros com 72 meses de prazo), mantivemos os limites já concedidos, mesmo para os que solicitaram a renegociação e renegociamos 24% da nossa carteira de contratos.
Transporte Moderno – Quais as consequências da crise provocada pela da Covid-19 em todo o país?
Diego Marin – De forma geral, a pandemia impactou todos os setores da economia, inclusive nos financiamentos, pois com a redução do caixa nas empresas, muitas delas buscaram renegociar os prazos de pagamentos dos seus financiamentos. Estamos passando por uma crise sem precedentes, que traz desafios e insegurança a todos, uma vez que tudo muda rapidamente, o que demanda ajustes constantes nas decisões e respostas
Transporte Moderno – Mudou o comportamento dos clientes na hora de escolher a modalidade de financiamento e os prazos de pagamento?
Diego Marin – Os clientes continuaram buscando as melhores opções de financiamento. A isenção de apresentações de certidões para Finame e a isenção da incidência do IOF no CDC contribuíram para estas escolhas.