O novo caça da Força Aérea Brasileira (FAB), F-39 E Gripen, iniciou a fase de ensaios em voo supersônico no Brasil. A aeronave, que está no Centro de Testes em Voo do Gripen (GFTC, da sigla em inglês) nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), tem realizado essas atividades nas áreas de teste designadas a noroeste da base aérea na cidade. Todos os voos seguem procedimentos definidos pelas autoridades e são realizados em grandes altitudes, acima de 5 mil metros.
Esses voos, realizados pela fabricante sueca Saab, são essenciais para testar o desempenho e as funções da nova aeronave, para dar continuidade aos procedimentos de certificação e aceitação da aeronave, que chegou ao Brasil em setembro de 2020.
“O Gripen realizará voos supersônicos durante os próximos meses. Voar mais rápido do que a velocidade do som cria uma onda sonora diferente, um estrondo sônico, que pode parecer mais um trovão do que uma aeronave passando. É possível que os moradores da região ouçam esse barulho durante os testes com o novo caça brasileiro. Temos o cuidado de garantir que esses voos supersônicos sejam realizados em áreas de teste designadas, em coordenação com as autoridades aeronáuticas conforme os procedimentos da Força Aérea Brasileira”, afirma Sven Larsson, head do Centro de Ensaios em Voo do Gripen, da Saab.
As atividades no Brasil incluem testes de sistemas de controle de voo e sistemas climáticos. Também têm como objetivo testar a aeronave no clima tropical. Características únicas das aeronaves brasileiras, como integração de armamentos e sistema de comunicação Link BR2 – que fornece dados criptografados e comunicação de voz entre as aeronaves – também serão testadas no Brasil.
Programa Gripen
A parceria com o Brasil começou em 2014, com um contrato para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a FAB, incluindo sistemas, suporte e equipamentos. Um amplo programa de transferência de tecnologia, em execução em um período de dez anos, está impulsionando o desenvolvimento da indústria aeronáutica local por meio das empresas parceiras que participam do Programa Gripen brasileiro.
No decorrer desse período, mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos na Suécia para adquirirem o conhecimento necessário à execução das mesmas tarefas no Brasil. Até o momento, mais de 230 profissionais já concluíram os cursos e a maior parte deles está de volta ao país trabalhando no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network).
O GFTC e o GDDN fazem parte da transferência de tecnologia do Programa Gripen, e são essenciais nas atividades conjuntas da Saab e da Embraer que visam construir os procedimentos e a capacidade de desenvolver e testar novos recursos durante o ciclo de vida do Gripen na FAB.