A Rumo inaugurou a Ferrovia Norte-Sul (FNS), trecho São Simão (GO) – Estrela D’Oeste (SP). Em cerimônia realizada no terminal de São Simão a empresa deu início à operação desse trecho, que se torna uma realidade após mais de 30 anos do início das obras da ferrovia, em 1987, no governo José Sarney (1985-1990). O terminal é uma sociedade entre a Rumo e a empresa goiana Caramuru Alimentos, que já têm sólida parceria no terminal 39, em Santos (SP).
Em discurso, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou que seu governo vem trabalhando para que a iniciativa privada possa investir no Brasil. “O que a iniciativa faz é melhor, mais rápido e lucrativo”, disse Bolsonaro. “O modal ferroviário estava esquecido por década. Outras realizações virão com a Rumo e outras empresas. Nosso trabalho é destravar esses processos”, completou o presidente.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, destacou que, ao longo dos pouco mais de dois anos da atual gestão, 41 ativos foram concedidos à iniciativa privada, envolvendo uma soma de R$ 60 bilhões em investimentos. Disse ainda que os empresários voltaram a confiar no Brasil, ressaltando que os valores da outorga foram antecipados pela Rumo (em setembro de 2020, a concessionária pagou R$ 2,3 bilhões antecipados, referência a 59 prestações dessa concessão, além de R$ 2,8 bilhões referentes à Malha Paulista). “Por que uma empresa antecipa uma outorga? Porque ela está confiando num projeto e sobretudo porque ela confia no Brasil”, assinalou o ministro da Infraestrutura.
Segundo Rubens Ometto, presidente dos conselhos de administração da Cosan e da Rumo, nos últimos seis anos, a Rumo possibilitou o crescimento de 50% no volume de grãos transportado pelo modal ferroviário. “Avanço ainda maior se deu no volume de contêineres movimentados por trens, que foi superior a 100% desde o início das nossas atividades em 2015. É uma realidade hoje a movimentação de produtos que, até muito recentemente, não se poderia imaginar que fossem levados por ferrovia”, disse Ometto.
“Não pararemos por aí, senhor presidente. Precisamos estender a Ferronorte, sonho do saudoso Olacyr de Moraes, e levá-la ao centro de Mato Grosso e a capital Cuiabá, em um investimento de mais de R$ 10 bilhões para que todo o Centro-Oeste esteja bem atendido por ferrovias e integrado ao centro da economia do país. Peço aqui um voto de confiança: temos condições, e demonstramos isso nos últimos anos, de realizar esse investimento na velocidade que o Brasil precisa”, afirmou.
O terminal de São Simão é utilizado para o transbordo de grãos (soja e milho) e farelo de soja, atendendo diversos clientes e escoando parte da produção da Caramuru.
A capacidade é de aproximadamente 5,5 milhões de toneladas por ano. São quatro tombadores e seis silos, com 42 mil toneladas de capacidade estática. O terminal conta ainda com uma tulha de carregamento capaz de carregar três mil toneladas por hora, o permite carregar um trem com 120 vagões em menos de oito horas.
“O terminal de São Simão receberá cargas de Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro e, com sua eficiente operação, aumentará a competitividade do agronegócio nessas regiões, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de São Simão, de Goiás e do Brasil”, disse Alberto Borges de Souza, presidente do conselho de administração da Caramuru.
A Rumo arrematou em leilão, em março de 2019, os trechos central e sul da Ferrovia Norte-Sul (FNS), ainda com obras para serem finalizadas. O contrato de subconcessão foi assinado em julho daquele mesmo ano, em Anápolis (GO), também com a presença de Bolsonaro. Com duração de 30 anos, o contrato compreende 1.537 quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), que a Rumo denominou malha central.
Para começar a torná-la operacional, a companhia investiu no ano passado R$ 711 milhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante. As obras executadas incluem a construção de quatro pontes entre os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo; um pátio de ligação em Estrela D´Oeste; e a implantação dos trilhos que restavam para conectar esses três estados.
A malha central tem papel estratégico para a Rumo, pois permite o acesso a novos mercados e aumenta a eficiência do atendimento prestado pela concessionária aos clientes, agregando terminais de transbordo em novas geografias.