A Tora está investindo cerca de R$ 30 milhões para a ampliação de estruturas, implantação de novas filiais e aquisição de máquinas. A empresa segue o processo de diversificação de negócios e tem buscado novas parcerias para expandir a atuação na logística integrada de contêineres e na multimodalidade.
Uma das estratégias da Tora para a expansão foi a inauguração, no fim do ano passado, de uma filial no porto do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza (CE). Para este ano, a meta é triplicar a quantidade de contêineres transportados no local. “Já atuávamos na Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco e agora entramos em mais um estado do Nordeste, com ótimas perspectivas de crescimento”, afirma Márcio Medina, diretor comercial da Tora.
O trabalho da Tora consiste em complementar, pelo modal rodoviário, os serviços realizados pelas empresas de cabotagem e ferrovia. Nesse cenário, cabe à Tora coletar contêineres vazios, transportar até o cliente, fazer o carregamento e retornar para o porto. “Estamos cada vez mais trabalhando para atender as demandas de novos modais de transporte, o que nos consolida como um operador multimodal (OTM)”, declara Medina. Ele conta que, para isso, a Tora tem feito parcerias com empresas de cabotagem, navegação e ferrovias.
De acordo com levantamento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), 160 milhões de toneladas de cargas foram transportadas por cabotagem no país de janeiro a outubro de 2020.
Um dos parceiros é a Log-In Logística Intermodal – empresa que opera navegação de cabotagem, movimentação portuária e soluções logísticas customizadas –, com a qual a Tora já opera a cabotagem de contêineres nos portos de Santos e Salvador desde o início do ano passado e agora no porto do Pecém. “Nossa estratégia é oferecer aos clientes uma solução porta a porta: além da navegação de cabotagem, também dependemos do modal rodoviário para fazer a coleta no remetente e a entrega da carga ao destinatário. A Tora presta um serviço que preza pela segurança, pela excelência no atendimento, respeito ao cliente e está sempre antenada às novas tecnologias, valores compartilhados também por nossa empresa. Sem dúvida, é uma parceria que tem potencial para ser ampliada nacionalmente”, afirma Felipe Gurgel, diretor de atendimento da Log-in.
Segundo Gurgel, a Log-In atende os principais portos ao longo da costa brasileira e possui clientes que demandam a operação por cabotagem. “Esse é um modal promissor, uma vez que o país possui mais de oito mil quilômetros de costa navegável. É também mais sustentável, pois possibilita uma redução significativa nas emissões de gás carbônico no transporte por caminhões a longas distâncias, e mais seguro, em função dos trechos rodoviários serem mais curtos. Por isso, precisamos promover a utilização de modais mais adequados a cada logística demandada pelo cliente. Em distâncias mais longas, que ficam próximas ao litoral, por exemplo, o transporte marítimo de cargas entre portos nacionais pode ser mais eficiente”, diz o diretor.
No fim do ano passado, foi aprovado pela Câmara dos Deputados o projeto de lei (PL 4.199/2020), também conhecido como BR do Mar, que tem como objetivo estimular o transporte pelo modal marítimo. Agora em discussão no Senado, a proposta é transformar a costa brasileira num verdadeiro ponto de transporte por cabotagem. Entre as metas do Ministério da Infraestrutura, por meio do PL, está a ampliação da carga anual de contêineres transportados de 1,2 milhão de TEU (movimento em 2019) para 2 milhões de TEU em 2022. Também prevê incrementar em 40% a capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos.
Modal rodoferroviário Rio-SP – Outro serviço multimodal da Tora, implantado em 2020, é um projeto em parceria com a MRS Logística para interligar Rio de Janeiro e São Paulo sem a necessidade de trafegar na rodovia Dutra. Entre os serviços oferecidos estão a coleta, ova, desova, cross-docking e distribuição urbana de qualquer tipo de carga.
Atualmente, a Tora opera os terminais rodoferroviários no Rio de Janeiro (Arará) e em São Paulo (Itaquaquecetuba e Suzano). Entre julho e dezembro do ano passado, a empresa investiu cerca de R$ 12 milhões em Itaquaquecetuba. Já o investimento no parque de máquinas chega a R$ 8 milhões.
Medina explica que a Tora faz as pontas rodoviárias, opera os terminais no Rio e SP e fornece os contêineres; a MRS faz o transporte ferroviário. “Oferecemos aos clientes o serviço completo porta a porta. As vantagens são inúmeras, uma vez que o cliente faz contato apenas com um fornecedor, possui maior facilidade de gerenciamento do contas a pagar, possui cobertura de seguro sobre a carga e o contêiner, tem menor custo na cadeia logística, maior capacidade de transporte, além de confiabilidade e previsibilidade na recolha e nas entregas e o menor impacto ambiental”, ressalta o diretor.