Mercedes-Benz lança chassi de ônibus para fretamento

O modelo OF 1621 tem balanços dianteiro e traseiro mais curtos e entre-eixo de 5.950 mm, modificações feitas para facilitar o encarroçamento, além de reduzir o custo de aquisição do veículo

A Mercedes-Benz aproveita o momento de alta demanda do mercado de fretamento e lança o chassi OF 1621, desenvolvido especialmente para o fretamento contínuo de transporte de funcionários nas indústrias. O diferencial deste veículo está na redução de custos de aquisição e operacionais com a modificações feitas para atender aos pedidos dos clientes.

Entre as alterações feitas neste ônibus, está o balanço dianteiro 150 mm mais curto que o OF-1721, passando de 2275 mm para 2125 mm. “Isso melhora o ângulo de entrada e saída, facilitando o acesso dos ônibus de fretamento nos bairros”, afirma Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz.

Outro item é o entre-eixo de 5.950 mm, que evita o retrabalho de corte das longarinas e do cardan para o alongamento do chassi e o reposicionamento do tanque de combustível, facilitando o encarroçamento. Com isso, o cliente pode reduzir em 5% o custo de aquisição deste ônibus. “É um veículo pensado justamente para que não se tenha gastos adicionais”, explica Orlando Zibini, responsável pela engenharia da Mercedes-Benz.

Com peso bruto total (PBT) de 16,5 toneladas e motor OM 924 LA de 208 cv de potência, este novo ônibus pode receber carroceria de até 12,55 metros de comprimento, permitindo a montagem de até 48 assentos mais o dispositivo de poltrona móvel (DPM) para a acessibilidade de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

A Mercedes-Benz já trabalhava neste novo modelo de ônibus para fretamento antes da pandemia, depois de ouvir as reivindicações dos seus clientes. “Esse projeto foi realizado em parceria com os encarroçadores, visando a otimização do tempo de encarroçamento e um menor volume de retrabalho pelo implementador. A empresa paranaense Rimatur participou ativamente e forneceu inputs acerca da configuração do chassi.

Essa visão do cliente contribuiu muito para a assertividade do desenvolvimento desse novo produto da marca”, afirma Barbosa. O diretor da Mercedes-Benz afirma que a partir de janeiro a empresa terá um volume representativo deste novo ônibus para venda e que 30 carros estão programados para a Rimatur Transportes, primeiro cliente a adquirir o OF 1621 encarroçado pela Marcopolo.

A empresa paranaense, uma das maiores de fretamento da região Sul, tem como principal atividade o fretamento contínuo, transportando funcionários para empresas de call center e de polos industriais como São José dos Pinhais, Campo Largo e Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba.

“Nossa frota opera de segunda a sábado, em três turnos, com uma média de 90 minutos entre as empresas e a residência dos seus funcionários”, informa Emerson Imbronizio, diretor comercial da Rimatur. “Em função disso, sugerimos aos parceiros da Mercedes-Benz e das encarroçadoras um ônibus que assegurasse ótima capacidade de assentos. Além disso, o balanço dianteiro curto proporciona melhor ângulo de entrada, facilitando a manobra nas cidades, especialmente no interior dos bairros. Isso nos ajuda a cumprir horários, o que é essencial no fretamento contínuo.”

Mercado –

Mesmo com volumes menores em ano de pandemia, a Mercedes-Benz mantém a liderança nas vendas de ônibus no país. De janeiro a outubro de 2020, a empresa emplacou quase 5.600 ônibus, conquistando cerca de 50% de participação de mercado no segmento acima de oito toneladas de peso bruto total (PBT).

“Somos os responsáveis pela maior parte das vendas de ônibus para fretamento em 2020”, afirma Barbosa. “Considerando o volume acumulado de janeiro a outubro, foram emplacados 688 ônibus Mercedes-Benz desse segmento em 2020, o que dá à marca 57% de market share”.

No segmento de rodoviário, a empresa obteve 61% de participação, no urbano 74%, no de micro-ônibus 29% e no escolar 23%.

Segundo Barbosa, a pandemia afetou todos os segmentos de ônibus, mas o de fretamento foi o menos prejudicado. Até outubro, o crescimento deste setor foi de 24%, passando de 974 para 1.204 unidades. Enquanto o mercado de ônibus emplacou de janeiro a outubro 11.293 veículos, 34% a menos que no mesmo período de 2019. A representatividade do fretamento que em 2019 era de 5,67% em todo o mercado de ônibus aumentou para 10% neste ano.

“O crescimento do setor de fretamento se deu por conta do fretamento contínuo das empresas que, para se adequar às medidas de segurança em relação à Covid-19, tiveram que aumentar o número de ônibus para reduzir o número de pessoas por veículo e garantir o distanciamento entre os funcionários”, afirma Barbosa.

Outros setores, como o de celulose, mineração e de tecnologia alcançaram crescimento durante a pandemia, demandando assim novos contratos com empresas de fretamento.

No segmento de rodoviários, a queda nas vendas foi de 36%, com 1.238 veículos emplacados de janeiro a outubro de 2020, ante as 1.943 unidades vendidas no mesmo período de 2019. No urbano a redução foi de 40% (de 7.037 para 4.239 unidades), no de micros a retração foi de 38% (de 3.838 para 2.372 unidades) e no escolar o volume de vendas diminuiu 34% (de 3.397 para 2.240 unidades). “Com os emplacamentos que terão até o fim do ano, a queda nas vendas dos escolares deve reduzir para 15% até o fim de dezembro”, prevê Barbosa.

O segmento de urbanos, que foi bastante impactado pela pandemia, deve enfrentar alguns desafios, enquanto não houver a retomada total dos passageiros, segundo Barbosa.

Para 2020, a Mercedes-Benz projeta que o fretamento deva responder por 11% de um total de 13.500 ônibus que serão comercializados no mercado brasileiro, segundo as expectativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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