Das 13,2 milhões de toneladas de cargas que desembarcaram nos terminais de Paranaguá e Antonina, os adubos respondem por mais de 48,8%. Os portos paranaenses seguem sendo os principais portos importadores de fertilizantes do país, recebendo cerca de 32% do que chega ao Brasil. Rússia, China, Canadá, Marrocos e Belarus são as cinco principais origens dos fertilizantes que chegam pelos Portos do Paraná.
A infraestrutura e a logística portuária no porto de Paranaguá são fatores que também contribuem para a redução nos custos da cadeia produtiva do fertilizante no país. A companhia Portos do Paraná divulgou que houve uma redução de 44% no tempo de descarga dos navios que chegam ao terminal paranaense carregados com o produto.
A autoridade portuária destinou mais três berços para atracação de navios com o produto, reduzindo de nove para cinco dias o tempo de espera entre a chegada do navio em Paranaguá até a sua atracação. Houve ainda a ampliação dos armazéns de retaguarda para recebimento do fertilizante.
Empresas-
O presidente do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Aluísio Schwartz Teixeira, conta que toda a cadeia produtiva está sendo beneficiada com o ganho de produtividade na operação obtido pelo porto de Paranaguá.
“As empresas que importam fertilizantes calculam o custo do produto pelo tempo de espera. Havendo uma ampliação na logística de armazenamento, isso se refletirá também em menor tempo de espera do navio no mar, ou seja, em um menor do custo da dermurrage e, consequentemente, em menor custo para o produtor”, explica Teixeira.
Segundo o sindicato, este ano o valor pago com a demurrage, custos de sobrestadia para os importadores de fertilizantes por descumprimento dos prazos de contrato, foi 46% menor que o registrado em 2019. De janeiro a agosto deste ano foram US$ 12 milhões, contra US$ 21,4 milhões no ano passado.
A Fortesolo, que atua na operação portuária e armazenamento para importadores de fertilizantes em Paranaguá, obteve um aumento de 15% em produtividade. “A nossa descarga média diária, no acumulado de janeiro a agosto 2020, foi de 7,5 mil toneladas, sendo que em 2019 fizemos uma descarga média diária de 6.530 toneladas. Portanto, tivemos uma melhoria em torno de 15%”, conta o diretor presidente da Fortesolo, Marco Antonio Ghidini.
Quase metade de tudo o que os portos do Paraná importaram, de janeiro a agosto, este ano, é fertilizante. Foram 6,8 milhões de toneladas de adubos, representando um aumento de 4,6%, em relação ao volume importado no mesmo período de 2019, 6,5 milhões de toneladas.
A curva crescente da importação de fertilizantes pelo porto paranaense está permitindo investimentos de empresas que atuam no setor. A Fortesolo, por exemplo, já investiu em equipamentos para a melhoria da sua infraestrutura. “Adquirimos novas balanças rodoviárias de 30 metros, pás carregadeiras, gerador e funis para a operação portuária. Estes equipamentos são essenciais para agilidade e qualidade do nosso trabalho”, pontua Ghidini.
Além disso, está prevista – ainda para este ano – a ampliação da capacidade estática de armazenagem em 30 mil toneladas, o que significa um aumento em 20% da capacidade atual.