A Brado começa a testar os contêineres de 53 pés na ferrovia neste segundo semestre. Os novos equipamentos podem ser utilizados no formato double-stack, sempre ficando na parte superior (sobre dois contêineres de 20 pés ou sobre um de 40 pés).
Além do equipamento, a Brado se uniu a parceiros para desenvolver um novo implemento para o contêiner ser transportado por caminhões. A iniciativa da empresa é voltada para cargas leves e volumosas e foi pensada para atender o mercado interno.
Segundo a Brado, este projeto faz parte dos seus planos de atender o mercado interno via Ferrovia Norte-Sul (Rumo malha central) a partir do ano que vem. “O vagão double-stack começou a operar em junho de 2019, e já veio preparado para receber o contêiner de 53 pés no nível superior. Neste ano, decidimos fabricar alguns protótipos com fornecedores locais. Os clientes interessados vão experimentar o novo equipamento no trecho de 1,4 mil quilômetros entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT)”, conta Marcelo Saraiva, presidente da Brado.
“Com essa ferramenta, vamos acelerar ainda mais o foco da companhia no crescimento de negócios no mercado interno, ligando gente que produz com gente que consome com segurança e sustentabilidade”, diz.
Segundo Saraiva, o contêiner de 53 pés suporta o mesmo peso total de um de 40 pés: cerca de 27 toneladas. “Mas como ele tem uma metragem cúbica maior, é mais indicado para cargas leves e volumosas como produtos de higiene pessoal, materiais de construção como tubos e conexões, bens de consumo e embalagens.”
Inovação-
O projeto avançou por conta do ecossistema de inovação criado junto a seus fornecedores. Em parceria com a empresa eContainer, dez protótipos foram feitos a partir de contêineres de 40 pés. No caso da carreta (implemento), o parceiro foi a Rodofort, que já fabrica esse tipo de produto. O contêiner tem 16,15 por 2,90 metros. E o caminhão com o implemento chega a aproximadamente 20,1 metros de comprimento, com a sua altura chegando a 4,40 metros com o contêiner. Já foram produzidas duas carretas, sendo que uma é utilizada na região de Sumaré e a outra em Rondonópolis.
“Os dois protótipos (contêiner e carreta) foram desenvolvidos após muitos estudos técnicos e de engenharia. O implemento já está sendo utilizado em horário administrativo”, afirma Igor Coffani, head do projeto na Brado.
Parte do desenvolvimento do protótipo de 53 pés envolveu a criação de um novo Bic-code, código do Bureau International des Containers (BIC) para identificação dos contêineres. “A numeração permite a identificação do proprietário, de características técnicas e facilita a circulação, por ser aceita internacionalmente”, diz Coffani.