De janeiro a junho, a movimentação de fertilizantes no porto do Itaqui atingiu a marca de 1,2 milhão de toneladas, um crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa para os próximos meses é de que resultados ainda maiores, com a entrada em operação do novo terminal de fertilizantes, da Companhia Operadora Portuária do Itaqui (Copi), o que deve ocorrer ainda neste ano.
Em 2019, as cargas de fertilizantes ultrapassaram os dois milhões de toneladas movimentadas e cresceram 11% em comparação a 2018. O Itaqui é responsável pelo escoamento de boa parte da produção de grãos, principalmente soja e milho, da região centro-norte do Brasil, o que vem impulsionando cada vez mais a importação de fertilizantes como carga de retorno.
“Estamos trabalhando na perspectiva de expansão e melhorias do porto, com investimentos públicos e privados, para atender à crescente demanda por grãos, fertilizantes e também combustíveis, cargas que fazem girar essa cadeia produtiva tão importante para a economia do Maranhão e de toda a nossa área de influência”, afirma Ted Lago, presidente do porto do Itaqui.
Para o presidente da Copi, Carlos Roberto Frisoli, o resultado deste primeiro semestre é atípico, considerando ainda o câmbio desfavorável. “A movimentação de fertilizantes cresceu em razão da expectativa de safra recorde de grãos e também pelo atendimento a novos mercados e clientes, o que se deve à estratégia de internalização que adotamos desde 2016, quando os fertilizantes que entram pelo Itaqui passaram a alcançar uma área cada vez maior”, explica.
Com o novo terminal, o porto vai passar de uma capacidade de dois milhões para 3,5 milhões de toneladas de importação de fertilizante por ano. De acordo com a operadora, o novo terminal contará com uma capacidade estática de 70 mil toneladas distribuídas em baias independentes. O projeto prevê ainda uma moega ferroviária, o que facilitará o transporte por ferrovia até Palmeirante (TO), onde o produto será distribuído para outros estados.
Os fertilizantes movimentados pelo Itaqui são originários principalmente da Rússia, Egito e Israel. Ao entrar no Brasil pelo porto público do Maranhão, essa carga é distribuída por toda a região produtora denominada Matopiba (que abrange o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Hoje, 60% do volume da Copi tem como destino regiões como o nordeste do Mato Grosso, sul do Pará e todo o estado do Tocantins, sendo os 40% restantes consumidos no Maranhão”, diz Frisoli.
No ano passado, em todo o país foram distribuídas 36,2 milhões de toneladas de fertilizantes, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos. Desse total, 7,1 milhões de toneladas foram produzidas no país e o volume importado chegou a mais de 80% do que foi entregue ao mercado, o que equivale a 29,5 milhões de toneladas.