Uma das mudanças registradas nos últimos tempos na área de transportes, logística e agronegócios é a locação de veículos pesados por empresas desses setores para suas operações.
“É uma tendência que as empresas querem ficar cada vez mais leves, com uma locação de capital mais inteligente. Ou seja, alocar capital naquilo que é a sua atividade principal, o seu core business”, afirma Gustavo Couto, CEO da Vamos, do Grupo JSL. “O que fazemos para os clientes é renovar a frota e possibilitar que ele cresça mais rápido. Quando renova a frota, ele conta com uma frota mais eficiente, consome menos combustível e tem menos custo de manutenção.”
De acordo com a Vamos, esse modelo de negócio de locação custa menos: é mais econômico alugar do que comprar, e dá muito mais flexibilidade porque a empresa não precisa se endividar para comprar ativos. Tudo isso, num ambiente recessivo da economia se torna um benefício ainda mais atrativo para os clientes. “Num ambiente de economia mais pujante, que a gente chegou a experimentar no início deste ano, é muito atrativo porque as empresas queriam expandir, queriam crescer. Então o modelo de locação permite um investimento e um crescimento de maneira muito mais leve, muito mais ágil”, observa Couto.
Neste momento de pandemia, a Vamos está trabalhando normalmente. Segundo o executivo, a vantagem da locação é que é a forma mais eficiente de operar a frota. As empresas que, eventualmente, não estavam olhando para a locação pararam para fazer as contas e repensar. “Hoje, quem faz a conta aluga e não quer mais comprar”, ressalta. Então, a Vamos vem fechando normalmente negócios nos últimos três meses. Em maio, por exemplo, a empresa registrou um bom volume de novos contratos.
A Vamos é uma locadora de veículos pesados e tem uma rede de concessionárias de caminhões e de máquinas agrícolas, mais recentemente a concessionária da linha amarela. É a maior concessionária de caminhões e ônibus da marca Volkswagen/MAN no Brasil. Na linha amarela Komatsu também está implantando uma operação de locação.
Além de uma equipe própria responsável pela locação, a Vamos está desenvolvendo outros canais de vendas de locação. Neste momento está implantando a locação através da rede de concessionárias. A ideia é usar toda a força de vendas, de todos os canais de vendas, para oferecer ao cliente alternativa para a renovação de sua frota, seja através do modelo tradicional de compra e venda, do modelo novo e seminovo, seja naquilo que tem demonstrado uma grande tendência, o modelo de locação.
“Para o cliente conseguir comprar dez caminhões, se endividar, com a Vamos ele pode alugar 30 e crescer muito mais rápido. E um dos nossos clientes diz muito isso e ele vem crescendo bastante”, acrescenta Couto.
E quais os segmentos mais importantes nos negócios da empresa? O principal setor ainda é o agronegócio (caminhões para o agronegócio). Na área de coleta de lixo nas grandes capitais do Brasil, as operadoras alugam os caminhões da Vamos. É um segmento em que a locadora tem crescido bastante nos últimos anos. A locação representa hoje quase 95% dos resultados do grupo.
Na locação a Vamos é multimarca. As marcas dos ativos são definidas de acordo com as necessidades do cliente. A empresa possui diferentes marcas para diferentes aplicações.
Por exemplo, para a distribuição urbana a Vamos usa muito caminhões Volkswagen e alguns de outras marcas. No agronegócio a Vamos utiliza diferentes marcas, incluindo Mercedes-Benz. Já foram utilizados também para o rodoviário os cavalos mecânicos da Volkswagen.
A Vamos conta com 13.500 ativos rodando pelo Brasil, sendo 80% caminhões ou implementos rodoviários, com idade média de dois anos e meio. É uma frota bastante nova, que a empresa também faz a manutenção no período de garantia, na própria rede de concessionárias da marca daquele ativo. A idade média de caminhões no Brasil é de 11,7 anos.
A Vamos também tem ônibus no seu portfólio. A empresa, que tinha alguns contratos no setor de fretamento, acaba de fechar um contrato grande para a cidade de Salvador. “Mandamos para lá 132 ônibus urbanos para um consórcio formado por quatro empresas, o Consórcio Salvador Norte (CSN). Os primeiros 20 ônibus chegaram lá no dia 8 de junho. O contrato é de mais de cinco anos”, afirma Couto.
Nesses tempos de turbulências, a Vamos – que investiu nos últimos 12 meses mais de R$ 800 milhões em equipamentos locados, como caminhões, ônibus e máquinas agrícolas – acredita que vai continuar crescendo neste mesmo ritmo para os próximos períodos. “Não sentimos desaquecimento do mercado. A Vamos percebe que as empresas querem continuar modernizando suas frotas e a locação acaba sendo uma alternativa muito mais viável”, ressalta o executivo. “Então, a empresa não vê nenhuma razão para desacelerar. Ao contrário, está até com uma forte estrutura de balanço, de capital, uma solidez financeira no grupo que permite que a empresa acelere o crescimento que foi apresentado nos últimos 12 meses.”
A Vamos é uma empresa que vem desenvolvendo o mercado de locação de veículos pesados, que antes se via no mercado europeu e no americano. No mercado brasileiro é uma tendência, é um serviço novo que vem crescendo. Segundo Couto, a Vamos dobrou o seu tamanho nos últimos três anos e tem possibilidades de continuar crescendo muito nos próximos anos, seja com novos clientes que vão conhecendo cada vez mais o perfil de seus serviços ou com os clientes existentes. “Hoje no mercado potencial que verificamos, de 1,6 milhão de caminhões, menos de 1% dessa frota é alugada. E a Vamos é responsável hoje por 85% da frota alocada. A empresa tem condições de acelerar ou crescer até mais do que no último período”, comenta o executivo.
Os contratos da Vamos normalmente são de cinco anos. Hoje 86% dos seus contratos são de cinco anos ou mais. Atualmente, a empresa possui mais de 400 contratos ativos, uma média de três por cliente. E mais de 80% dos contratos são renovados.
Neste momento a Vamos está muito focada em levar serviço para o pequeno frotista, o pequeno proprietário de caminhão. “Hoje, 85% dos frotistas contam com até dez caminhões. É uma oportunidade gigantesca para atacarmos este segmento. Até por questão de porte, a Vamos acaba tendo uma presença interessante em grandes frotistas. Mas existe uma oportunidade de ajudarmos as pequenas empresas. A pequena rede de supermercado, a pequena rede de padaria, restaurantes”, diz Couto. “Todos esses pequenos comércios que têm o caminhão muito mais por necessidade do que por vocação em si oferecem oportunidade para a Vamos. Por isso, que estamos usando os nossos canais de vendas e de concessionárias para atingir o pequeno varejo.”
Empresa locadora Vamos, do grupo JSL, mantém ritmo de crescimento
Hoje quem faz as contas aluga os veículos e não quer mais comprar, afirma Gustavo Couto, CEO da empresa Vamos