A Scania entregou os primeiros caminhões movidos a gás natural veicular (GNV) ou biometano. Dos quatro modelos R 410 6×2 vendidos, dois foram para a RN Express e dois para a Jomed Log. Os veículos serão utilizados para transportar os produtos da L’Oréal, fabricante francesa que tem investido em veículos abastecidos com combustível alternativo. A operação inicia em junho na rota do Rio de Janeiro a São Paulo.
Para Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, a entrega dos primeiros caminhões a gás comprova que a empresa está no caminho certo e liderando esta transição para um sistema de transporte mais sustentável. “São caminhões produzidos no Brasil para as necessidades do mercado brasileiro e marca um momento importante na história do transporte de carga no país, entregando uma solução sustentável e economicamente viável”, disse o executivo durante coletiva de impresna virtual.
Munhoz enfatizou que a sustentabilidade para a Scania é baseada em transporte inteligente e seguro, eficiência energética, combustíveis alternativos e eletrificação. “Temos várias alternativas de combustíveis no portfólio da empresa e o gás é o que reúne hoje as melhores condições econômicas e técnicas para ser uma opção viável ao brasileiro. Estamos trazendo a alternativa a gás, que pode trabalhar armazenado em estado liquefeito (GNL), em estado gasoso (GNV) e o biometano.”
Com a entrega dos caminhões à RN Express e à Jomed Log, a Scania contabiliza 4.004 veículos movidos a gás natural no mundo, que foram comercializados nos últimos quatro anos. A meta da empresa, segundo Munhoz, é chegar em 2025 com quase 30% da produção mundial de veículos movidos com combustível alternativo. “Para o Brasil ainda não temos previsão.”
No Brasil os investimentos da Scania em caminhão a gás começaram em outubro de 2018, tendo o primeiro veículo movido a GNV testado na Citrosuco, uma das maiores empresas de suco de laranja do mundo, conduzido pela Transportadora Morada do Sol. Outro modelo movido a biometano está em operação na usina da São Martinho, um dos maiores grupos sucroalcooleiros do Brasil, e dois caminhões a GNL estão rodando a serviço da Ambev.
“Temos mais de dez caminhões movidos a GNV e biometano em demonstração, com 230 mil quilômetros rodados e 23 unidades vendidas”, disse Munhoz. “Isso mostra que a preocupação com a sustentabilidade continua valendo mesmo durante o período da pandemia. Novos veículos para demonstração foram solicitados pelos embarcadores e novas vendas foram realizadas, o que significa que o mercado brasileiro está maduro e entendeu o benefício do combustível alternativo e começam a aderir ao programa de substituição do diesel pelo gás.”
Eduardo Garrido, diretor comercial da Jomed, disse que, mesmo neste momento de crise provocada pelo coronavírus, conseguiu manter o investimento no caminhão a gás. “Independente da situação que estamos passando nesta pandemia, a empresa vem investindo cada vez mais em sustentabilidade. A Jomed acredita na marca Scania e mesmo sabendo que este investimento possa trazer o retorno em médio e longo prazo, temos certeza que estamos dando um passo grande para a história do país. Estamos passando por um momento delicado na economia e isso será um aprendizado para nós”, asssinalou.
A RN Express, primeira empresa a adquirir o caminhão a gás da Scania, investe há três anos em sustentabilidade. Para esse projeto, a empresa contou com a parceria da L’Oréal e da Nestlé Nespresso, seus principais clientes. “Esse momento é muito delicado, mas com o apoio dos nossos clientes conseguimos sustentar a compra dos caminhões mesmo nesta situação de pandemia. A RN tem outros projetos em andamento. Estamos em reuniões com grandes embarcardores e temos planos de ampliar a frota com a compra de mais dez caminhões este ano”, afirmou Rodrigo Navarro, diretor comercial da operadora logística.
A L’Oréal, que trabalha com uma frota de veículos terceirizados, tem valorizado a sustentabilidade em toda a sua operação. “Desde 2011 a empresa mantém o compromisso público de reduzir as emissões na cadeia para minimizar o impacto nas mudanças climáticas. Já investimos em várias iniciativas com a utilização de veículos elétricos e bicicletas para as entregas urbanas e faltava o caminhão menos poluente para o transporte de carga”, comentou Renan Loureiro, gerente comercial de transporte e logística da empresa.
Os novos caminhões a gás chegam ao mercado com 45% de índice de nacionalização. Munhoz afirmou que a Scania está trabalhando para o desenvolvimento local de tanques de combustíveis e válvulas. “Estamos falando com os fornecedores e sinalizando qual será a demanda de caminhão a gás no Brasil. Diante desta pandemia do Covid-19, estou mais pessimista e esperamos vender em torno de 100 caminhões a gás neste ano, para aplicações rodoviárias e off road.” A meta anterior era de comercializar 300 unidades destes modelos. Os caminhões a gás foram entregues pela Codema, concessionária Scania localizada em Guarulhos (SP). “A rede de concessionária está sendo preparada para receber os novos veículos da Scania, com a instalação de boxes específicos e ferramentais, além de realizar o treinamento técnico da equipe”, disse Eronildo Santos, diretor-geral das revendas Scania.