O setor mostra sinais de recuperação e deve terminar 2019 com 115 mil implementos entregues ao mercado
O volume de emplacamentos de implementos rodoviários em 2019 deverá ultrapassar em 25% o total apurado no ano precedente, sobrepujando as projeções anteriores do setor. De janeiro a novembro deste ano, o total registrou 110.515 unidade emplacadas, o que corresponde a um volume 34,7% acima do registrado no mesmo período do ano passado. “Os números de mercado estão acima de nossas projeções, o que mostra que nossa economia segue em recuperação”, afirma Norberto Fabris, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).
“Pela média mensal de emplacamentos talvez o resultado fique acima dos 115 mil produtos”, estima.
Fabris diz que os resultados mostram o reaquecimento do mercado. “Embora o desempenho ainda esteja abaixo dos números do biênio 2012-2013, é um bom sinal de recuperação da nossa economia”.
A projeção anterior da entidade indicava entre 108 mil e 110 mil produtos, representando 20% de crescimento. “Estamos otimistas para 2020 e projetamos um crescimento de dois dígitos para o próximo ano, atingindo a recuperação do mercado que tínhamos nos anos anteriores a crise de 2014 a 2017”, afirma Fabris.
No entanto, o executivo lembra que ainda é cedo para considerar que o setor superou definitivamente as dificuldades e se encontra em crescimento real. Fabris destaca que o segmento de carroceria sobre chassis (linha leve) ainda está aquém de seus resultados tradicionais.
“O histórico de mercado aponta para uma relação de 1,8 a 2 produtos leves para cada implemento pesado (reboques e semirreboques). A relação atual está em menos de um para um”, sublinha.
Em 11 meses do ano, foram vendidos 52 mil produtos de carrocerias sobre chassis (representando um incremento de 25,4% em relação a 2018) e 58,5 mil reboques e semirreboques (expansão de 44,2%), segundo a Anfir. “Isso é reflexo do desempenho mais fraco da economia nos centros urbanos”, diz Fabris. O mercado registrou, ao longo do ano, um desequilíbrio entre a linha de carroceria sobre chassis e o segmento de reboques e semirreboques, como resultado da lenta recuperação de alguns setores da economia.
O agronegócio, que segue em ascensão, continua a impulsionar a produção da linha de reboques e semirreboques.
Na avaliação dos fabricantes, essa diferença de desempenho deve persistir, mas já existem indícios de retomada que se refletem nas vendas de alguns produtos do segmento leve. “A betoneira, por exemplo, passou de 137 produtos em dez meses de 2018, para 437 emplacamentos em 2019. Trata-se de uma venda ligada integralmente à construção civil, portanto reflexo direto das atividades no segmento leve”, observa Fabris. Na linha pesado, os destaques são basculantes, porta contêiner e graneleiro (carga seca).
“É bom não esquecer que passamos, frente a uma crise de mais de três anos, com o mercado em volumes muito baixos e a frota nacional envelhecendo.
Então, esta retomada traz consigo uma reposição de frota, além obviamente do desempenho da economia como um todo.
Os negócios estão voltando, e isso tem se refletido em nossos números acima do que esperávamos”, complementa o presidente da Anfir.
As exportações tiveram retração de 30%, de janeiro a outubro de 2019, com 2.241 produtos entregues ao mercado externo. Na avaliação da Anfir, esse decréscimo se deve a diferentes situações enfrentadas pelos países compradores, principalmente na América do Sul. “A queda acontece porque são vários países, cada um com suas particularidades e situações econômicas próprias, e todos esses mercados sofrem suas oscilações.”