Mercedes-Benz prevê um ano melhor para 2020

A taxa de juros tende a ficar no patamar atual e, com o avanço do PIB, aumentará o nível de emprego, a distribuição de renda e o consumo das famílias, estimulando as vendas de caminhões para 110 mil unidades em 2020 O mercado de caminhões caminha para fechar 2019 com bom resultado de vendas. “Não […]

A taxa de juros tende a ficar no patamar atual e, com o avanço do PIB, aumentará o nível de emprego, a distribuição de renda e o consumo das famílias, estimulando as vendas de caminhões para 110 mil unidades em 2020

O mercado de caminhões caminha para fechar 2019 com bom resultado de vendas.

“Não vamos chegar a 100 mil unidades porque em novembro tivemos um pequeno recuo em relação a outubro por causa da ressaca provocada pela Fenatran e pelo fato de dezembro ter menos dias úteis por causa das festividades do fim do ano, mas vamos chegar próximo de 96 mil unidades, o que será um excelente resultado”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Comparado aos 75.987 caminhões emplacados em 2018, o setor termina o ano com crescimento de 27%.

Nos resultados de 2019, os modelos pesados mantiveram o destaque do setor, com quase 60% de representatividade nas vendas. “É o primeiro segmento que começou a crescer, após a crise, e continua com uma consistência forte, motivado pelo agronegócio e outros setores do agro com o aumento na exportação de carne que precisa de caminhão com contêiner refrigerado.

Há ainda o setor de mineração, de cana-de-açúcar e de madeira que estão comprando bem”, afirma Leoncini.

Este movimento, segundo Leoncini, deve se ao aumento do consumo das famílias, que faz crescer o uso de embalagem, puxa o setor de madeira e papel e impulsiona o mercado de caminhões.

Leoncini comenta que os transportadores que utilizam caminhão extrapesado são os primeiros a fazer grandes renovações de frota pelo fato de estar mais atentos ao consumo, ao custo com reparos e à disponibilidade do veículo. “São estes que estão tirando os modelos 2012 e 2013 de sua frota porque os financiamentos já estão quitados.”

No futuro, a renovação será feita numa velocidade maior e num prazo menor. E esse movimento vai acelerar o mercado, segundo Leoncini. “Com a queda na taxa de juros, com a Selic (taxa básica de juros da economia) fixada em 4% ao ano, os transportadores estão preferindo encurtar o prazo de financiamento para 36 e 48 meses, diferentemente do que faziam antes, quando os juros estavam elevados e eles alongavam o prazo para até 60 meses a fim de diminuir as parcelas mensais e reduzir o endividamento.”

Leoncini comenta que, com a mudança na logística e a melhora na infraestrutura, como é o caso do asfalto na rodovia R 163, que liga as cidades de Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará, depois de 43 anos de sua inauguração, a velocidade média dos caminhões tende a subir, aumentando o fluxo de veículo neste trecho e a frota dos transportadores.

Sobre o aumento nas vendas de caminhões médios e leves até novembro, Leoncini atribui o crescimento ao aumento do consumo das famílias e a melhora na construção civil, principalmente em São Paulo. “Os pesados estão concentrados na transferência para os centros de distribuição e na exportação e os semipesados faz o transporte do centro de distribuição até o cliente e o leve o transporte do varejo ao cliente”, esclarece Leoncini.

No mercado de caminhões a Mercedes- Benz manteve a liderança, com crescimento de 45,7% nas venda no acumulado de janeiro a novembro, ao emplacar 27.700 veículos, ante 19.006 unidades comercializadas no mesmo período de 2018, e supera o resultado do setor que cresceu 35,7% no período com a venda de 92.737 veículos.

“A Mercedes-Benz cresceu mais porque enxergou o que poderia acontecer no mercado ao fazer os investimentos em estratégia, em inteligência, machine learning e se preparou para alguns movimentos e fez a lição de casa em relação aos produtos”, justifica Leoncini.

Ele recorda que há dois anos a empresa fez várias modificações no Axor, no Atego e entregou o Accelo automatizado. Agora o destaque é o novo Actros. “Esta lição de casa, somada à maior rede de concessionária do Brasil, a movimentação da empresa nos testes, a maior presença no campo, a aproximação com o cliente e o crescimento em serviços ajudaram a empresa a atingir os resultados, ficando com três mil caminhões à frente do segundo colocado, e agora estamos colhendo frutos”, diz Leoncini.

FUTURO

Para 2020, a expectativa de Leoncini é que será um ano melhor para o país e para a indústria de caminhões, que alcançará a venda de 110 mil caminhões. “Vamos ter um crescimento do PIB e isso vai ajudar a aumentar o nível de emprego, a distribuição de renda, o consumo das famílias e a taxa de juros tende a continuar neste patamar”, prevê Leoncini.

“Temos um céu de brigadeiro pela frente, mas o que pode atrapalhar são as forças externas, com a valorização e desvalorização do real que tem efeito nos negócios dos clientes e na empresa, pois se sobe a cotação do dólar aumenta custo e, se cai, deixa de ser interessante para a exportação.”

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