GLOBAL, 3ª Edição
Tecnologias inovadoras têm sempre o seu charme e nos tempos atuais
parece que há uma busca incessantes por novidades. Inovação e disrupção
são as palavras do momento e muitas vezes os executivos acham que estão
em risco se não aderirem de imediato a projetos revolucionários.
Mas – no mundo dos negócios – a decisão por implantar um novo siste –
ma, por mais charmoso que seja, tem de responder também a outras perguntas importantes: como nos tornaremos mais eficientes com isso? A
receita da companhia vai aumentar? Esse novo sistema auxiliará na redu –
ção de custos para me lhorar a margem do negócio. Nossos clientes, estão
dispostos a pagar um pouco mais por um nível de serviço maior?
Talvez, uma boa forma de atender a esses dois pontos que às vezes
parecem antagônicos, isto é, inovação versus resultado, seja “ino var com o
que já se tem”. Pesquisas demonstram que as utilizam, em média, menos
de 45% da capacidade de sistemas já implantados, o que reforça ainda
mais essa oportunidade de fazer mais com menos.
Com as tecnologias de rastreamento não é diferente: passados 25
anos desde o lançamento dos primeiros sistemas des se tipo no Brasil,
ainda há enorme dificuldade em conseguir disseminar em todas as áreas
da organização os benefícios proporcionados por esse serviço.
PARCERIA ENTRE EMBARCADOR E TRANSPORTADOR REDUZ CUSTOS DE ACIDENTES
A Giovanella Transportes, empresa gaúcha com forte atuação no transporte
de longa distância, resolveu “inovar com o que tinha”. Usuária da tecnologia Autotrac Prime, a empresa decidiu utilizar a função de telemetria disponível no sistema para medir indicadores de performance, com o objetivo de reduzir custos e acidentes na ope ração de um de seus principais embarcadores: Usiminas.
No quesito custos, a empresa estabeleceu como primeira meta aumentar
a média do consumo de combustível em uma viagem típica de 840 km.
A média histórica era 2,08 km/l, gerando o consumo de 404 litros de
diesel por viagem.
Com a implantação dos controles de telemetria, a empresa estabeleceu
limites de velocidade e tempo máximo parado com o motor ligado (após
o período definido, o veículo era desligado automat icamente pelo sistema).
Apenas com essas duas pro vidências simples, a Giovanella conseguiu
alcançar a média de 2,50 km/l, ou seja, na mesma operação passou a gastar
em média 336 litros de diesel, gerando uma economia de 68 litros /
viagem (aproximadamente R$ 250,00/viagem).
Considerando que a empresa tem 500 veículos, que efetuam em média
3 viagens por mês, a economia mensal da frota será de R$ 375.000,00,
ou, R$ 4,5 milhões por ano. Nada mal! E o melhor, o sistema estava nos
veículos não havendo necessidade de nenhum investimento adicional.
Já com relação aos acidentes, a empresa inicialmente mediu as principais
causas que contribuíram para cada sinistro e chegou a estatísticas surpreendentes: 46% dos acidentes eram causados por falhas de condução do motorista; 38% por fadiga ou outros distúrbios de percepção; 11% por imprevistos na rota e apenas 5% por falhas mecânicas. Ou seja, 84% dos acidentes eram causados por questões diretamente ligados ao motorista.
Após essas medidas, a empresa implantou um programa de limites
operacionais medidos eletronicamente pela telemetria (velocidades máximas, tempo máximo de direção contínua, freadas bruscas, uso de freio
motor, excesso de RPM, etc.) e por meio do rotograma falado também
disponível em Sistema Prime, os motoristas passaram a receber mensagens
automáticas de voz na cabine do caminhão em todas as áreas de
maior risco da rota e em caso de violação dos li mites estabelecidos.
Os gestores efetuam a avaliação cotidiana desses indica dores, e os
motoristas, após retreinamento, passaram a receber ao final de cada viagem um relatório com seus resultados.
Passados poucos meses da implementação do projeto, a Giovanella
teve zero acidentes na operação em analise, aumentando o nível de serviço
prestado, reduzindo custos e salvando vidas.
Esse simples case ilustra de forma objetiva o ganho direto proporcionado
às duas empresas, sem necessidade de nenhum investimento adicional,
pelo simples fato de melhor utilizar uma tecnologia já implantada na empresa.
Certamente em nossas empresas, há também espaço para inovarmos
aproveitando melhor os investimentos já realizados.