A empresa ativa o segundo turno parcial na linha de montagem de caminhões e ônibus após contratar 350 funcionários e agora vai trabalhar em ritmo intenso para suprir a grande demanda do mercado brasileiro
A Volkswagen Caminhões e Ônibus começa 2019 num ritmo intenso de trabalho.
Depois de operar durante dois anos com um único turno em apenas quatro dias por semana e conviver com capacidade ociosa ao redor de 70%, a fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, contrata 350 funcionários e ativa o segundo turno parcial para dar vazão ao aumento da produção.
“Começamos o ano trabalhando mais acelerado”, diz Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus. A abertura de um turno extra de produção em Resende é para a montagem de chassis de ônibus e de caminhões extrapesados, modelos que vêm apresentando grande demanda no mercado brasileiro. A empresa também pretende aumentar a produção dos demais veículos.
Todos os empregados contratados já estão trabalhando na linha de montagem de caminhões e ônibus. “A demanda cresceu 46% em 2018 e com o incremento da produção iríamos ter gargalo na linha de montagem. Agora a fábrica está capacitada para esse avanço do setor em todos os segmentos”, comenta Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Além de suprir a alta demanda do mercado, a decisão de aumentar o turno de trabalho em Resende tem como objetivo evitar atrasos na entrega de veículos. “Em 2018, por falta de capacidade perdemos vendas de caminhões extrapesados, mas agora teremos mais produtos para o mercado de caminhões e ônibus”, explica Alouche.
Com um portfólio de mais de 50 diferentes modelos de caminhões Volkswagen e MAN, além de 35 opções de chassis de onibus Volksbus, a fábrica de Resende possui duas linhas de produção capazes de abastecer os mercados brasileiro e internacional, exportando produtos acabados ou em kits para mais de 30 países da América Latina e da África.
Cortes considera que 2018 encerrou um dos períodos de crise mais séria da história da indústria automobilística. No mercado de caminhões o crescimento superou as suas expectativas e chegou a 46,3%, com a venda de 75.987 veículos, e no segmento de ônibus o avanço foi de 28,3%, com 15.081 veículos comercializados no mercado brasileiro.
Nos dois segmentos a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve o segundo lugar no ranking do mercado brasileiro, com 20.242 caminhões vendidos em 2018, o que lhe garantiu um crescimento de 42,5% sobre 2017, cujo volume totalizou 14.207 unidades. No setor de ônibus a empresa vendeu 3.417 veículos, garantindo um avanço de 57% sobre o ano anterior (2.176 unidades).
“No mercado externo a Volkswagen Caminhões e Ônibus fez um trabalho forte de internacionalização da marca e agora está aumentando o volume de vendas no México, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, Chile e Peru e apresentando as suas novidades em Bogotá, na Colômbia”, afirma Cortes, enfatizando que a empresa aumentou as suas exportações mesmo em um momento complicado da Argentina, que é o maior comprador dos seus veículos na América do Sul.
Com a introdução de novas tecnologias nos seus veículos, o objetivo da Volkswagen, segundo Cortes, é seguir na frente no mercado brasileiro com o desenvolvimento de novos produtos. “O consórcio modular tem 22 anos e é um sucesso. Assim como temos parceiro em Resende especializado em motor a combustão, estamos buscando nesses parceiros criar um consórcio modular para veículos elétricos.”
Sobre o avanço da tecnologia nos veículos comerciais, Cortes conta que a Volkswagen está preparando o lançamento no Brasil da plataforma RIO, solução e conectividade em nuvem do grupo Traton, que foi lançada na Europa.
Otimista com relação à continuidade do crescimento do mercado de caminhões ao longo de 2019, Cortes diz ter esperança de que o governo direcione os investimentos também para a infraestrutura, o que ajudará a tornar o país mais competitivo. “Esperamos que haja também um debate sobre a renovação da frota de veículos.”