Volkswagen começa 2019 com alta produtividade

A fábrica de Resende (RJ) contratou 350 funcionários para começar o segundo turno parcial e, após as férias coletivas, vai trabalhar em ritmo acelerado para suprir também o mercado de ônibus A Volkswagen Caminhões e Ônibus se prepara para começar o ano revigorada e num ritmo intenso de trabalho. Depois de operar durante dois anos […]

A fábrica de Resende (RJ) contratou 350 funcionários para começar o segundo turno parcial e, após as férias coletivas, vai trabalhar em ritmo acelerado para suprir também o mercado de ônibus

A Volkswagen Caminhões e Ônibus se prepara para começar o ano revigorada e num ritmo intenso de trabalho. Depois de operar durante dois anos com um único turno em apenas quatro dias por semana e conviver com capacidade ociosa ao redor de 70%, a fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, volta a ativar neste mês o segundo turno parcial para dar vazão ao aumento da produção e contratou 350 funcionários.

“Os profissionais estão sendo treinados e, após as férias coletivas, vamos trabalhar mais acelerado”, diz Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, durante o almoço de confraternização realizado com a imprensa especializada.

Na avaliação de Cortes, 2018 encerra um dos períodos de crise mais séria da história da indústria automobilística. “Nos últimos anos havia um sinal de recuperação, mas não tão forte como sentimos este ano”, assinala.

Em relação ao mercado de ônibus, Cortes afirma estar confiante de que o pior já passou. “Estamos num período de recuperação e, enquanto o mercado cresceu 29% de janeiro a novembro, a Volkswagen Caminhões e Ônibus avançou 51%”, compara.

“Na linha de ônibus a Volkswagen cresce pela recuperação de clientes antigos cujos negócios estão sendo fechados este ano e também devido ao Caminho da Escola, para o qual foi contratado o fornecimento de 3.400 ônibus, que começaram a ser entregues neste ano. Temos ainda mais 500 veículos vendidos para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), dos quais 300 já foram entregues. Isso fez com que a marca crescesse 51%, acima do mercado, que foi de 29%”, explica Cortes.

O veículo disponível para a compra na licitação do MDS é o micro-ônibus Volksbus 8.160 ODR, configurado para operar nas regiões rurais do Brasil, o mesmo do programa Caminho da Escola. O modelo conta com carroceria Neobus e está equipado com o sistema de dispositivo de poltrona móvel (DPM), para facilitar a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida, e tem capacidade para transportar 25 pessoas.

A aquisição dos veículos pelo MDS tem a finalidade de viabilizar a realização das ações de assistência social, beneficiando os usuários e as equipes multidisciplinares referenciadas à rede de proteção social básica e especial integrantes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O objetivo dessa rede socioassistencial é identificar e direcionar programas e benefícios a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade.

FATORES DE RECUPERAÇÃO – Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, observaque no mercado de ônibus há diferentesfatores de recuperação. “O segmento de fretamento, que foi o primeiro a sentir o impacto da crise, com a redução das atividades da indústria, que teve de demitir funcionários, além da fraca movimentação no mercado de turismo, começa a recuperar as vendas de ônibus devido ao movimento positivo da indústria, que volta a contratar, e o turismo começa ganhar fôlego por causa das perspectivas favoráveis da economia brasileira.”

No mercado de ônibus urbanos a situação não é muito diferente, segundo Alouche.

“Como as prefeituras não tiveram condições de negociar com os empresários o aumento das tarifas, principalmente devido à crise instaurada no país, eles postergaram a renovação de frota. Agora, com a melhora da situação econômica, é um momento para os governos entrarem num acordo com os empresários para que eles possam equilibrar o seu fluxo de caixa e iniciar a renovação de frota. Há ainda a licitação da cidade de São Paulo, que deve estimular o setor”, comenta.

No caso específico de ônibus urbanos, Alouche afirma que a Volkswagen remodelou muito o seu veículo urbano, melhorando a qualidade e reduzindo o consumo de combustível. “Isso tem cativado cada vez mais clientes, que têm comprado ônibus e se surpreenderem com os resultados.

E isso está fazendo com que a marca cresça mais do que o mercado em 2018 e certamente crescerá nessa proporção em 2019.”

Ele enfatizou que a expectativa da Volkswagen é muito positiva com relação à licitação da cidade de São Paulo e está confiante de que a empresa terá uma participação expressiva nessa concorrência.

O vice-presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus diz que o ônibus articulado com motor dianteiro da Volkswagen está testado e pronto para entrar no mercado. “O que precisamos é de uma definição final dos órgãos gestores de cada cidade para liberar a venda desse veículo aos empresários.

Trata-se de um ônibus de custo baixo e é a melhor opção de custo-benefício para o empresário e a população tendo em vista manter a tarifa baixa”, informa.

LEI DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

– Diante do aumento da demanda por ônibus elétrico no mercado brasileiro, a Volkswagen começa a traçar planos para desenvolver o Volksbus elétrico urbano, que foi apresentado no IAA, em Hannover (Alemanha), em parcerias com empresários, assim como fez com o seu novo caminhão elétrico e-Delivery.

“Não somos os donos da verdade, o que queremos é testar o ônibus na aplicação real e aprimorar junto com grandes parceiros de negócio que são os nossos clientes. A eletricidade é uma alternativa que não tem volta, mas não é para já, pois será necessário um incremento e aprimoramento do produto, além da realização de testes para que nos próximos anos se torne uma referência em nosso país”, comenta Alouche.

Outro plano da Volkswagen no segmento de ônibus, conforme informou Alouche, é a produção em Resende de modelos rodoviários pesados, a fim de ampliar o portfólio da marca no segmento.

EXPORTAÇÃO – Cortes contou que a Volkswagen também registrou um bom desempenho na exportação de ônibus.

“Enquanto a indústria teve uma redução de 7%, a Volkswagen cresceu 28%, num momento difícil pelo qual passa a Argentina, que é o nosso maior mercado.”

Ele recordou ainda que, devido a um grande negócio fechado com o grupo Iamsa, consórcio de transporte multimodal do México, que envolveu a venda de 610 ônibus, a Volkswagen tem tido um grande crescimento naquele país.

Sobre o avanço da tecnologia nos veículos comerciais, Cortes disse que a Volkswagen está preparando o lançamento no Brasil da plataforma RIO, solução e conectividade em nuvem do grupo Traton, que foi lançada na Europa.

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