Aplicativos: ameaça ou oportunidade?

A tecnologia impacta o setor de forma direta, e as empresas buscam conhecer melhor as inovações para usá-las de forma a trazer benefícios aos seus negócios O Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo) e a Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento […]

A tecnologia impacta o setor de forma direta, e as empresas buscam conhecer melhor as inovações para usá-las de forma a trazer benefícios aos seus negócios

O Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo) e a Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo) realizaram, em junho, um workshop com o objetivo de abrir o debate sobre os aplicativos e plataformas que se propõem a comercializar o serviço de transporte de passageiros por fretamento. “É importante identificar ameaças e oportunidades para o setor, preparando os empresários para conviver com os aplicativos da melhor forma. Porque eles já são uma realidade”, diz Jorge Miguel dos Santos, diretor executivo do Transfretur.

Nos mais diversos setores da economia, os aplicativos interferem nos preços de vendas, mas com uma tendência de aumentar a demanda e o número de usuários.

“Esta inovação já chegou ao transporte de passageiros por fretamento, e precisamos discutir o que fazer. Não podemos esperar mais. Vários aplicativos já operam e outros estão surgindo, e prometem impulsionar o volume de passageiros e impactar diretamente as relações comerciais das nossas empresas”, completa Santos.

Para Regina Rocha, diretora executiva da Fresp, é importante que o setor entenda todo o processo, os problemas e as vantagens, para traçar um caminho que privilegie as empresas de fretamento.

“Precisamos usar a tecnologia a nosso favor, pois não há como fugir dela”, acredita.

Um dos maiores receios dos empresários é que os aplicativos reduzam mais ainda os preços. No fretamento contínuo, existe o risco de que as empresas com baixa ocupação comecem a optar por pagar por passageiro e a cancelar contratos por ônibus. Assim, há a possibilidade de o cliente deixar de ser da transportadora e passar a ser do aplicativo.

As pequenas empresas devem ser os maiores fornecedores de clientes dos aplicativos, o que traz perda de mercado para as demais.

Se houver ação predatória entre aplicativos, pode-se criar um tipo de leilão do frete, o que provoca uma instabilidade muito grande. “A pressão dos custos de operação devem aumentar a informalidade fiscal e trabalhista. E ainda:

sem organização, o uso de aplicativos pode gerar conflitos com o poder público, que tem facilidade para restringir ainda mais a atividade, como já aconteceu em outras ocasiões”, cita Santos.

Os aplicativos também podem gerar oportunidades para as empresas, aumentando a demanda por parte dos passageiros e potencializando o fretamento compartilhado, uma forte tendência no mercado de transportes na atualidade. Os apps ajudam a aumentar a ocupação dos veículos e a utilização da frota. “O nosso modelo de negócios vai sofrer alterações. Os aplicativos também podem gerar oportunidades para as empresas, aumentando a demanda por parte dos passageiros e potencializando o fretamento compartilhado, uma forte tendência no mercado de transportes na atualidade. Os apps ajudam a aumentar a ocupação dos veículos e a utilização da frota. “O nosso modelo de negócios vai sofrer alterações. Precisamos pensar qual modelo queremos para nosso setor”, diz Santos. Há duas possibilidades: quando o aplicativo contrata a transportadora, um modelo semelhante ao que ocorre com o Uber, em que a relação comercial da empresa é com o aplicativo; e quando a transportadora contrata aplicativo, como acontece, por exemplo, com o iFood, em que o app recebe uma participação

 

PROPOSTAS – Durante o workshop, alguns dos principais aplicativos voltados para o setor apresentaram suas formas de atuação, comercialização e de parceira com as empresas de fretamento. “A ideia é que os empresários conheçam o que existe no mercado e avaliem quais trazem mais vantagens para o seu negócio. É importante trazer os representantes dos aplicativos para mostrar o seu produto e explicar como podem ajudar o setor”, acredita Sílvio Tamelini, presidente da Fresp.

A BusUp oferece plataformas de ônibus compartilhado customizadas para empresas e organizadores de eventos, em que usuários com destinos semelhantes podem encontrar uma rota ou propor a sua.

Segundo Rui Fernandes, representante da BusUp, “o aplicativo é uma solução multiplataforma integrada capaz de otimizar a gestão diária das operações e melhorar a experiência de uso e fidelização dos usuários”.percentual daquilo que vender.

No segmento de fretamento eventual, a solução promete ao operador a tecnologia adequada para fortalecer seu posicionamento no negócio e melhorar a gestão da operação e, em consequência, a rentabilidade das rotas. No fretamento contínuo, a BusUp busca aumentar as vantagens competitivas do operador diante do tomador de serviços ou ampliar as possibilidades de novos contratos de fretamento.

O Fretadão questiona por que não levar o fretamento para nuvem. O aplicativo mostra uma nova maneira de enxergar o setor com foco em inovação e tecnologia, aproximando o passageiro do transporte, tornando-se um novo canal de aquisição de passageiros para as empresas de fretamento.

Pela tecnologia e marketing digital, o app busca ser o maior portal de fretados do Brasil. Atualmente são mais de 35 mil buscas mensais, somente no Estado de São Paulo. O Fretadão ganha uma comissão variável a mensalidade por assento ocupado que foi indicado pela solução.

O aplicativo para o passageiro oferece localização em tempo real, identificação de pontos de embarque, alertas de proximidade, acompanhamento de múltiplas linhas. A versão para o motorista mostra o trajeto da linha em tempo real, identificação de pontos de embarque, comando de voz com horários e pontos de parada e informações sobre passageiros. O Fretadão também disponibiliza ferramenta de monitoramento, que informa os eventos da frota independentemente do aviso do motorista, indicando atrasos para iniciar alinha, cumprimento de horários, quebra ou parada do veículo durante o trajeto, excessos de velocidade, além de alarmes enviados por SMS, ligação telefônica, WhatsApp ou e-mail.

O Bondi foi planejado para ser um aplicativo de mobilidade urbana que conecta pessoas e empresas a um veículo de transporte coletivo (vans, micro-ônibus e ônibus) para deslocamentos dentro da cidade ou para transporte rodoviário. O app oferece agora, para empresas, transporte de funcionários para contratação imediata com hora marcada, sem intermediários e com preço até 40% menor do que um fretamento comum.

A solução oferecida pelo Bondi permite que as empresas extraiam relatórios de viagens e que controlem os custos, tendo acesso à finalidade do uso do transporte e a localização dos funcionários por meio de uma plataforma digital. Outra vantagem, segundo o app, é a transparência de todo o processo de precificação, porque a empresa contratante não precisa mais das agências que intermedeiam esse tipo de serviço. A contratação das vans, micro ônibus e ônibus que serão fretados é feita diretamente pela empresa com o aplicativo.

O pagamento pode ser feito via cartão corporativo. A segurança dos funcionários é garantida por identificação de passageiros por meio de foto previamente cadastrada, solicitação de documento de identificação e dados e histórico de atuação dos motoristas.

O Share2go capta passageiros por meio da web ou por aplicativo. A plataforma aceita cadastros somente de empresas legalizadas e de sindicatos e faz gestão de documentos e de outros serviços para os clientes. Segundo Carla Pedroza, representante do produto, o aplicativo dá destaque no mercado às empresas cadastradas, proporcionando aumento de receita aos sindicatos e de faturamento às empresas, pois estimula concorrência de forma legal.

Os usuários podem solicitar trajetos e os convites são enviados para as transportadoras autorizadas, que apresentam seu melhor preço. A plataforma escolhe pelo preço, enquanto os usuários são avisados sobre o valor para pagamento. As empresas recebem a lista de passageiros.

Uma avaliação negativa da empresa de transporte impede sua participação na concorrência até que o problema seja solucionado.

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