A estimativa da Anfavea é que sejam vendidos 12 mil veículos no Brasil e que as exportações se estabilizem em relação ao volume negociado em 2017, devido à instabilidade macroeconômica da Argentina e do México
O mercado de ônibus deverá encerrar 2018 com um crescimento em torno de 7,5%, o que significa a comercialização de 12 mil veículos, segundo previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Em 2017, o setor fechou com um crescimento de 5,3% em relação ao ano anterior e emplacou 11.161 unidades.
No acumulado de janeiro a junho a indústria fechou com saldo positivo ao emplacar 5.573 veículos, resultado 13,8% superior aos 4.897 modelos que foram comercializados no mesmo período de 2017, segundo dados divulgados pela Anfavea.
Ao mercado externo as fabricantes enviaram 4.722 ônibus montados, registrando um crescimento de 15,1% sobre os 4.104 modelos que foram exportados no primeiro semestre de 2017.
Dos 4.722 ônibus exportados no acumulado de janeiro a junho, 3.288 unidades são de modelos urbanos, que tiveram aumento de 26,8% nos embarques em comparação ao mesmo período do ano passado.
A quantidade de ônibus rodoviários comercializados no exterior nos seis meses do ano reduziu em 5,1%, de 1.511 para 1.434 veículos. Em CKD (veículos desmontados) as exportações tiveram uma retração de 35%, de 2.731 veículos no primeiro semestre de 2017 para 1.799 neste ano.
Na avaliação da Anfavea todos os segmentos (urbano, rodoviário, fretamento e escolar) devem apresentar bons resultados até o final do ano. “Tradicionalmente, em razão das eleições, o mercado de ônibus registra um desempenho forte em todas as categorias até meados do ano e depois se estabiliza, mas ainda assim devemos fechar 2018 acima de 2017”, disse Antonio Megale, presidente da Anfavea.
Megale considera importante pontuar dois fatores: a base de comparação, que é baixa por causa da crise nos últimos anos, e a idade avançada da frota, que estimula a aquisição de produtos mais modernos, eficientes e com menor custo operacional.
Sobre as exportações, que no acumulado de janeiro a junho apresentaram um avanço de 15,1% com o embarque de 4.722 veículos montados, o presidente da Anfavea estima que em 2018 haja uma estabilidade em relação ao volume negociado no ano passado, quando foram exportados nove mil veículos. “É importante lembrar que alguns de nossos principais parceiros, como Argentina e México, passam por alguma instabilidade macroeconômica, o que pode impactar o comércio para estes locais”,
afirmou Megale. “Esses dois países estão começando a refazer os seus pedidos. Portanto, é preciso estar atento a isso.”
Entre os vários clientes no mundo, o presidente da Anfavea destaca que os países da América Latina são os principais destinos das exportações tanto de chassis para ônibus quanto de produtos já encarroçados.
“Além disso, conseguimos fechar negócios também com alguns países da África”, observou Megale.
PRODUÇÃO – Com esse movimento positivo no mercado brasileiro e no exterior, a estimativa de Megale é que o setor termine 2018 com uma produção de 21 mil ônibus, o que significa crescer algo em torno de 5% sobre o ano anterior. “Ainda é um patamar baixo frente ao número que a indústria chegou a produzir na primeira metade desta década, mas voltar a crescer é muito positivo”, afirmou.
Para a Anfavea, a Lat.Bus, que reuniu 80 expositores, foi um evento bastante relevante para as empresas e clientes deste setor, pois as fabricantes tiveram a oportunidade de exibir seus produtos, tecnologias e inovações. “O mundo passa por uma grande transformação da mobilidade urbana e ter uma exposição deste porte é muito importante para aprofundar as discussões acerca do tema”, disse Megale e acrescentou que “o mercado de ônibus na América Latina é considerado um dos maiores do mundo.”