Para sustentar o aumento da demanda no mercado brasileiro e no exterior, as montadoras aumentaram em 67,4% a quantidade de modelos fabricados no primeiro trimestre de 2018
A volta da confiança na recuperação econômica do país e o cenário favorável para os negócios no mercado internacional sustentaram a melhora no ritmo das atividades na indústria de chassis de ônibus no primeiro quadrimestre, dando continuidade aos sinais de reação que começaram no final de 2017.
Apesar da retração de 10,9% nas vendas em abril na comparação com março deste ano, de 1.039 para 926 unidades, o movimento maior de compra de veículos para o transporte de passageiros em algumas cidades do país, demonstrado nos números positivos de janeiro, fevereiro e março deste ano, garantiram no quadrimestre de 2018 a venda de 3.684 chassis de ônibus no mercado brasileiro, assegurando um crescimento de 43% sobre os 2.576 veículos que foram comercializados no mesmo período de 2017, o que mostra um cenário mais animador para toda a indústria, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No mercado externo as montadoras venderam 763 chassis de ônibus em abril – 527 unidades do modelo urbano e 236 unidades do rodoviário –, volume 27,1% inferior aos 1.046 veículos exportados em março. No acumulado de janeiro a abril os embarques de ônibus montados somaram 3.236 unidades, um avanço de 47,6% sobre o primeiro quadrimestre de 2017, quando as exportações atingiram 2.192 unidades.
Do total de ônibus exportados no primeiro quadrimestre, os modelos urbanos tiveram alta de 64,8%, com 2.335 unidades. Os rodoviários aumentaram em 16,3% as vendas no exterior com 901 unidades embarcadas pelas montadoras.
Nas exportações de chassis de ônibus em CKD (veículos desmontados) as montadoras contabilizaram o embarque de 1.070 veículos no primeiro quadrimestre do ano, registrando uma queda de 35,8% sobre o mesmo período do ano passado, quando foram comercializados 1.070 veículos no mercado internacional.
Em abril deste ano as montadoras exportaram 312 chassis de ônibus em CKD, contabilizando 145 veículos a menos que no mesmo mês do ano passado, quando foram vendidos ao mercado externo 457 veículos desmontados, segundo a Anfavea.
Para 2018, a Anfavea mantém a previsão de exportar 42,2 mil veículos pesados, o que inclui ônibus e caminhões. Se esse volume for confirmado, representará um crescimento de 12,8% sobre os 37,4 mil veículos pesados que foram comercializados ao mercado externo em 2017.
PRODUÇÃO – O movimento positivo dos negócios no mercado interno e no exterior ajudou a manter o ritmo mais forte da indústria de ônibus no começo deste ano e colaborou para o aumento de 81,7% na produção de chassis no primeiro quadrimestre, o que resultou na montagem de 10.186 veículos, ante 5.605 chassis que foram fabricados no acumulado de janeiro a abril de 2017.
Nas fábricas a montagem de ônibus urbanos cresceu 94,4% no primeiro quadrimestre com 7.940 veículos produzidos, sobre um volume que somou 4.084 unidades no acumulado de janeiro a abril de 2017.
Os modelos rodoviários tiveram um crescimento de 47,7% na produção, atingindo 2.246 unidades nos quatro meses do ano na comparação com os 1.521 veículos que foram fabricados de janeiro a abril de 2017.
Na comparação de abril deste ano com o mesmo mês de 2017, a produção de chassis de ônibus foi 121,2%, maior com o total de 3.300 unidades, segundo a Anfavea.
RANKING – No ranking de vendas no mercado nacional a liderança ficou com a Mercedes-Benz que vendeu 2.217 chassis de ônibus no primeiro quadrimestre, assegurando um crescimento de 94,8% sobre o mesmo período de 2017, quando comercializou no país 1.138 unidades.
A MAN Latin America, segunda colocada no setor, entregou 539 chassis de ônibus entre janeiro e abril, uma expansão de 8,2% sobre o primeiro quadrimestre do ano passado quando vendeu 498 unidades.
A Agrale comercializou 495 chassis de ônibus, garantindo uma alta de 39% sobre os 356 chassis vendidos no primeiro quadrimestre do ano passado. A Scania vendeu 172 veículos, a Volvo 128 e a Iveco 61 no primeiro quadrimestre do ano, segundo a Anfavea.
FABUS – Acompanhando a recuperação do mercado brasileiro, as fabricantes de carrocerias também estão acelerando o ritmo de produção das suas fábricas. No acumulado de janeiro a março as empresas
aumentaram em 59,66% a produção para 3.886 veículos, ante 2.434 unidades que foram fabricadas no mesmo período de 2017, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
A obrigatoriedade dos operadores do transporte coletivos em todo o país de renovar as suas frotas ajudou a incrementar a produção de ônibus urbanos, que somou 1.987 unidades, o maior volume entre os modelos fabricados no primeiro trimestre. Da linha de rodoviários saíram 982 veículos e da linha de micro-ônibus 694 unidades, segundo a Fabus.
Entre as empresas o maior volume produzido no acumulado de janeiro a março foi da Marcopolo, com 1.832 unidades. A fábrica de Caxias do Sul (RS) produzir 1.134 veículos e a de Duque de Caxias (RJ) 698. A Caio Induscar montou 1.059 carrocerias, a Mascarello 420, a Neobus 249, a Comil 248 e a Irizar 78.
EXPORTAÇÕES – O mercado externo continua absorvendo um volume significativo de ônibus produzidos no Brasil, com ritmo crescente de vendas registrado deste o início do ano. Foram embarcados 382 veículos em janeiro, 480 em fevereiro e 516 em março, totalizando 1.358 unidades, o que representou um avanço de 27,2% sobre os 1.068 ônibus que foram exportados no mesmo período de 2017, de acordo com a Fabus.
A Marcopolo continua liderando o ranking das exportações de ônibus, com o embarque de 837 veículos no primeiro trimestre deste ano – 597 unidades da fábrica de Caxias do Sul (RS) e 240 unidades de Duque de Caxias (RJ). A Mascarello vendeu ao mercado externo 130 ônibus, a Caio Indusscar 112 veículos, a Irizar 109, a Comil 85 e a Neobus 85.