Indústria de caminhões começa o ano com crescimento

No acumulado de janeiro e fevereiro foram vendidos no país 8.601 caminhões, uma expansão de 54,7% em comparação com o mesmo bimestre do ano passado, quando o volume comercializado somou 5.560 unidades, segundo a Anfavea. A expectativa de melhora nas condições econômicas do país começou a refletir no mercado de caminhões. Depois de um longo […]

No acumulado de janeiro e fevereiro foram vendidos no país 8.601 caminhões, uma expansão de 54,7% em comparação com o mesmo bimestre do ano passado, quando o volume comercializado somou 5.560 unidades, segundo a Anfavea.

A expectativa de melhora nas condições econômicas do país começou a refletir no mercado de caminhões. Depois de um longo período de forte retração, as montadoras iniciam 2018 com resultado positivo, revertendo o baixo volume de emplacamentos que é comum no início do ano.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no acumulado de janeiro e fevereiro foram vendidos no país 8.601 caminhões, um aumento de 54,7% em comparação ao primeiro bimestre de 2017, quando foram comercializados 5.560 veículos.

Antonio Megale, presidente da Anfavea, comentou que a sazonalidade se repetiu no início do ano pelo fato de o volume de caminhões comercializado em janeiro (4.561 unidades) ter fi cado 24,9% abaixo de dezembro do ano passado (6.076 unidades), quando é comum o total de vendas ser maior. “Mas o crescimento de 55% no primeiro bimestre sobre o mesmo período do ano passado, embora a base seja muito baixa, é razoável e mostra que os resultados estão melhores do que em 2016 e 2017”, disse Megale, ressaltando que há boas perspectivas para o setor em razão das estimativas de crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.

Luiz Carlos Gomes de Moraes, vicepresidente da Anfavea, afirmou que neste ano o ambiente de negócios para o setor de caminhões está mais favorável que em 2017 quando começou 33% pior que o ano anterior. “Ainda deve ocorrer emplacamentos em março oriundos das negociações feitas na Fenatran”, declarou Moraes.

O vice-presidente da Anfavea salientou que a estimativa de o PIB avançar para 3% neste ano já começou a refl etir positivamente no mercado de caminhões, com a movimentação sendo percebida em todos os segmentos. “O modelo extrapesado deve puxar o setor pelo fato de a agricultura ainda continuar forte, com previsão de safra recorde. Mas estamos vendo alguns sinais favoráveis no setor de bebidas e no de distribuição urbana por conta do crescimento ainda pequeno do varejo devido à volta da confiança das famílias. Estamos percebendo também que o setor químico está crescendo e quando esse segmento cresce significa que outros setores da economia estão indo bem”, apontou Moraes.

Diante da sinalização que o cenário econômico do país caminha para a estabilidade, o vice-presidente da Anfavea acredita que outros segmentos de caminhões que estavam parados comecem a andar e tenham um crescimento mais robusto neste ano.

“Vemos isso de forma positiva e estamos otimistas que o avanço de 24,7% projetado pela Anfavea para o mercado de veículos pesados (inclui caminhões e ônibus) este ano seja possível de ser atingido e está confi rmando o que todas as montadoras sinalizaram na Fenatran, de atingir um crescimento entre 20% e 30% em 2018”, disse Moraes.

EXPORTAÇÃO

Apesar do bom desempenho esperado para o mercado interno, as montadoras vão continuar buscando novos clientes no exterior. “A ideia é ter um mix de produto que atenda à demanda do Brasil e às exportações, para quando ocorrer uma volatilidade do mercado conseguir manter uma produção mais equilibrada”, explicou Moraes.

Entre as montadoras há quem defenda que o ideal é ter pelo menos 40% do volume de produção destinados à exportação. “Isso depende de cada empresa, mas de maneira geral todas estão buscando manter equilibrado o nível de vendas externas”, declarou o vice-presidente da Anfavea.

No comparativo com o ano passado, as exportações de caminhões no acumulado de janeiro e fevereiro aumentaram 43,3%, com o embarque de 4.567 unidades, ante 3.187 unidades exportadas no mesmo período de 2017.

Megale comentou que o setor automotivo tem crescido na exportação, passando de nono para o quinto lugar no ranking geral. “Em janeiro deste ano o volume de toda a indústria automobilística (incluindo caminhões, ônibus e automóveis) superou os embarques dos últimos dez anos.”

Na lista dos principais países que compram os veículos produzidos no Brasil a Colômbia já é o quarto mercado de exportação da indústria automobilística. O primeiro é a Argentina, seguido do México e Chile.

Segundo o presidente da Anfavea, há um esforço grande das empresas de expandir suas exportações para o mercado colombiano após o acordo automotivo fechado no fi nal de 2017 e os resultados devem acontecer agora. “Acreditamos muito na exportação para a Colômbia. Embora o mercado colombiano não esteja muito acessível, está andando um pouco de lado com alguma retração, acredito que seja possível colocar muitos produtos lá e estamos bastante otimistas”, disse Megale.

PRODUÇÃO

O volume de produção de caminhões também foi positivo no início deste ano. Segundo a Anfavea, no primeiro bimestre foram fabricadas 14.475 unidades, volume 47,8% a mais que no primeiro mês de 2017, quando saíram da linha de montagem 9.796 veículos. “Esse resultado mostra que estamos saindo da fase depressiva do mercado e indo para números mais robustos por causa da estabilidade”, disse Megale.

O momento de confi ança refl etiu no nível de emprego na indústria automobilística que apresentou um aumento de 1,5% em fevereiro em relação ao janeiro, com a criação de 1.470 vagas, totalizando 130.421 o número de empregados. Na comparação com fevereiro do ano passado, quando havia 127.257 empregados no setor, o nível de emprego aumentou 2,5%.

Com a expansão na produção, o número de empregados protegidos pelos acordos trabalhistas, como o Programa Seguro Emprego (PSE) e o lay-off, caiu de 1.885 para 1.721 pessoas. “Isso ocorreu porque 164 pessoas que estavam em lay-off voltaram ao trabalho”, explicou Megale.

RANKING

No ranking de vendas de janeiro e fevereiro o destaque ficou com a MAN (Volkswagen Caminhões e Ônibus) que emplacou 2.597 caminhões, alta de 106,9% sobre o mesmo período de 2017 (1.255 unidades), seguida pela Mercedes-Benz que vendeu 2.489 veículos, garantindo uma alta de 44,7%, sobre as 1.720 unidades vendidas no primeiro bimestre de 2017. A Scania fi cou em terceiro lugar com a venda de 1.047 caminhões, alta de 87% sobre os dois primeiros meses do ano passado (560 unidades). A Ford vendeu 989 veículos no primeiro bimestre do ano, com aumento de 9,3%. A Volvo vendeu 791 veículos, a Iveco, 400 veículos, e a DAF, 224 unidades.

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