Além da recuperação do mercado brasileiro, a empresa prevê um crescimento das exportações, principalmente para a Argentina, e já iniciou a montagem de caminhões Worker na Nigéria, em parceria com uma empresa local
Depois de enfrentar a maior crise no mercado brasileiro e queda das vendas durante cinco anos sucessivos, a MAN Latin America começa a trabalhar com perspectiva positiva para 2018. “Pessimismo e desânimo são coisas do passado”, afirmou Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, durante evento de confraternização realizado em São Paulo.
“Continuamos acreditando e investindo no Brasil”, ressalta o executivo destacando que o país é prioritário para o grupo
Volkswagen/MAN. Mas há um longo caminho pela frente. Apesar do ânimo, os números de produção e vendas ainda estão
muito abaixo do melhor ano da indústria de veículos comerciais que foi 2011, quando foram comercializadas 172 mil unidades.
“Achávamos que 2017 tinha tudo para ser o ano da recuperação e para nossa surpresa começamos o ano ainda experimentando queda em relação ao ano passado. Mas a partir de maio e junho começamos a observar uma alteração. Agora estamos vivendo um tempo de crescimento”, comenta o executivo.
A fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, que estava cumprindo jornada reduzida, voltou a trabalhar normalmente em um
turno a partir de julho, quando a MAN começou a contabilizar aumento nas encomendas e a ampliar suas exportações.
A meta da empresa é de fechar o ano com aumento de 24% na produção em relação ao ano passado e manter o ritmo de expansão em 2018. “Já estamos sentindo uma recuperação do mercado brasileiro”, frisou Cortes.
A empresa está colhendo os frutos de um programa quinquenal de investimentos de R$ 1 bilhão, encerrado em meados deste ano, com destaque para o lançamento da nova linha Delivery, de caminhões leves de 3,5 a 13 toneladas, que tem impulsionado as vendas da montadora neste segundo semestre. A empresa já anunciou um novo ciclo de investimentos 50% superior ao que se encerrou, na faixa de R$ 1,5 bilhão a serem aplicados entre 2017 e 2021 em produtos e em novas em unidades fabris.
Ele ressalta que além de desenvolver novos produtos, parte do investimento de R$ 1,5 bilhão será aplicada no lançamento de fábricas adaptadas às necessidades de cada mercado, de acordo com o nível de disponibilidade de fornecedores locais.
“Não descarto nenhum lugar, estamos analisando todos os países em que atuamos, se é melhor ter uma fábrica ou exportar do Brasil”, diz.
Com a expectativa para 2018 de um crescimento de 30% a 40% nas exportações e de 10% nas vendas ao mercado brasileiro,
o presidente da MAN estima um aumento superior a 20% na produção da fábrica de Resende (RJ).
AVANÇO NO EXTERIOR
No mercado externo, onde está presente em mais de 30 países, a MAN Latin America já ultrapassou a marca de 136 mil veículos exportados ao longo de seus 36 anos de história. Com fábricas em Resende (RJ) e Querétaro, no México, a montadora também envia kits SKD de modelos Constellation e Volksbus para a sua parceira MAN Truck & Bus na África do Sul, e agora abre mais uma linha de produção no continente africano.
Com um foco mais intenso direcionado ao mercado externo, a previsão de Cortes é de fechar 2017 com o maior volume de exportações dos últimos cinco anos. Será enviado ao exterior quase nove mil veículos, um crescimento de 35% em relação ao ano anterior. “A Argentina receberá o maior lote de caminhões e ônibus Volkswagen de todos os tempos, totalizando quase quatro mil unidades. Além de avançarmos em mercados consolidados como o México, onde teremos excelentes resultados, nos preparamos para ampliar a presença da marca Volkswagen no continente africano, graças a uma nova parceria com o grupo empresarial Leventis na Nigéria”, disse o presidente da MAN.
Para a Argentina, que é o principal destino dos caminhões e ônibus Volkswagen produzidos na fábrica de Resende, estão programados o embarque de 3.900 veículos até o final deste ano. É o maior volume enviado ao mercado argentino de todos os tempos, representando um crescimento de 60% apenas em 2017. O caminhão Constellation 17.280 é o modelo mais vendido naquele mercado, com duas mil unidades exportadas até final do ano.
Em pouco mais de um ano após o lançamento, o semipesado mostrou-se a melhor opção, principalmente no agronegócio argentino, segundo aponta a MAN. Equipado com motor MAN D08, o modelo dispensa o uso de Arla 32 e torna a operação mais prática, além de reduzir custos operacionais.
Os ônibus Volkswagen também se destacam nas ruas e estradas argentinas. Devido ao sucesso dos Volksbus 17.230, 15.190 e
18.280 Low Entry, a MAN celebra o marco de mais de 600 chassis exportados até novembro deste ano.
MÉXICO
No México, a linha de montagem da fábrica instalada na cidade de Querétaro se prepara para receber no segundo trimestre do ano que
vem mais duas novidades da MAN: a nova família de caminhões leves Delivery, com 3,5 a 13 toneladas de PBT, e o ônibus Volksbus 14.190 SCD, especialmente desenvolvido para o mercado local. Inauguradas em 2004, as operações mexicanas da MAN Latin America já produziram mais de 12 mil veículos, hoje distribuídos numa rede de 17 concessionários autorizados em todo o país.
Os novos Delivery foram projetados, desenvolvidos e testados na América Latina, seguindo padrões mundiais de certificação e qualidade. Composta por modelos de 3,5 a 13 toneladas, a nova família está pronta para conquistar os mercados latino-americanos. Os veículos foram criados a partir do sucesso da primeira linha Delivery e da experiência dos clientes das mais de 100 mil unidades produzidas.
A configuração do novo Volksbus 14.190 SCD é especí?ca para suprir as demandas e padrões do transporte de passageiros no México. Com motorista reposiciona do, também conhecido localmente como trompudo, o produto chega para ampliar a participação da Volkswagen no maior
mercado de chassis urbanos do país, onde os veículos com motor dianteiro neste formato representam mais de 50% das vendas, concentradas especialmente nos modelos de 12 a 15 toneladas.
NIGÉRIA
Na Nigéria já estão sendo montados os caminhões Volkswagen Worker em Ibadan, na Nigéria, numa parceria fechada pela MAN Latin America com o grupo Leventis, importadora local dos produtos da marca Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Os veículos são fabricados em Resende e enviados em kits SKD (parcialmente desmontados), mesmo sistema já adotado pela parceira MAN Truck & Bus para produzir modelos Constellation em Pinetown, na África do Sul.
Uma equipe brasileira da MAN acompanhou a montagem inicial dos modelos VW Worker 15.180 e 17.220 na Nigéria. Com o acordo de livre comércio que há atualmente na região do oeste africano, o potencial de mercado anual poderá passar de 400 unidades, segundo estudos iniciais
feitos pela MAN.
A previsão da montadora para os primeiros anos é de produzir 300 unidades, com meta de atingir 1.000 unidades em cinco anos de operação. No continente africano, são produzidos veículos com direção do lado direito, a partir de kits enviados à África do Sul.
A MAN também está fortalecendo sua presença na região da América Central e Caribe, onde o mercado anual de caminhões e ônibus acima de 3,5 toneladas de peso bruto total é de aproximadamente 14.500 unidades.