A tecnologia ditará a tendência no setor de caminhões

Para Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina, a tecnologia tem ditado várias tendências no Brasil e na área de veículos pesados. “A tecnologia que a Ford está apresentando é uma conjunção de portabilidade de ideias que trazem inovação para o caminhão, funções novas e segurança e a Bosch, como tem muita solução voltada […]

Para Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina, a tecnologia tem ditado várias tendências no Brasil e na área de veículos pesados. “A tecnologia que a Ford está apresentando é uma conjunção de portabilidade de ideias que trazem inovação para o caminhão, funções novas e segurança e a Bosch, como tem muita solução voltada à conectividade, é uma parceira muito importante para os avanços na área de veículos de transporte.”

Botelho lembrou que a tecnologia de 360 graus, que lá fora é muito mais utilizada para a manobrabilidade do caminhão, vem ao Brasil como um fator de segurança, com câmeras diretamente conectadas a uma central de operações que monitoram o veículo. “O caminhoneiro tem uma visão completa do seu veículo através de radares e sensores, além da facilidade de manobrar”.

O presidente da Bosch ressaltou que um dos grandes temas que a conectividade pode resolver é o manejo de carga do transporte rodoviário. “Essa inovação de medir on-line o peso da carga do caminhão é algo inovador, que viabiliza através de controle de diagnose uma série de informações para o caminhoneiro e a alta diagnose no controle de funções, seja no torque do motor, da carga, benefício no consumo de combustível, tração e pneus. É uma função importante para a gestão do caminhão feito com a conectividade.”

Outra tecnologia da Bosch que está no Cargo Connect, voltada à segurança, é a frenagem de emergência. “Para nós da Bosch é muito bom ter uma parceira como a Ford, um cliente com quem contamos para testar essas funções, essas aplicabilidades e inovar juntos, buscando a melhor situação para os veículos”, disse Botelho.

Na avaliação do presidente da Bosch, os caminhões também estão se transformando, indo para automação, para a direção autônoma. “Tem sistema que pode orientar o motorista a trocar de faixa e de proteção para que ele não faça movimentos bruscos no veículo.”

Essas novas soluções, segundo Botelho, não são futuristas, são aplicáveis hoje. “E a Ford está mostrando que é possível fazer isso já e trazer esses benefícios”, disse.

A Bosch tem grande participação na montagem dos caminhões da Ford, fornecendo componentes para o motor, o sistema de tração diesel, de injeção e de tratamento pós-combustão. “Temos participação em toda a parte elétrica do caminhão, alternadores, limpadores de para-brisa e agora, as novas tecnologias de conectividade”, detalhou Botelho.

A Bosch, destacou Botelho, é uma protagonista de muitas tecnologias que tem no seu DNA: “A inovação cria o futuro, cria os novos mercados e há muitos anos sabemos que a internet das coisas, a conectividade traz uma série de funções novas e novos modelos de negócios para o consumidor final que pode ter inúmeros benefícios.”

Na visão de Botelho, temos hoje um novo mundo de negócios que está se transformando e a conectividade vai ser o drive de muitas tecnologias que vão facilitar a vida do ser humano e do motorista com o veículo. “Ao ponto de um dia não precisar mais do motorista com o veículo autônomo. Isso trará melhor qualidade de vida para quem dirige esses caminhões”, afirmou.

Para Botelho, a internet das coisas, a conectividade e a eletrônica embarcada vem para transformar o carro em uma segunda sala de estar. “O ser humano vai prender a atenção em outras coisas e não somente dirigir”, comentou.

Segundo Botelho, o caminhão do futuro vai ter algumas funções que darão mais conforto e segurança ao motorista. “Hoje, até acreditar que o caminhão pode ser autônomo, já temos vários exemplos, em que toda tecnologia dá segurança para o caminhão ser autônomo, como o sistema de assistência ao motorista, que permite a ele deixar o controle do veículo e passar o comando para os sensores eletrônicos”, disse.

Com esse avanço rápido da tecnologia a grande tendência, segundo Botelho, é a expressiva transformação das engenharias. “A engenharia de software tem crescido bastante, porque agora se trabalha com sensoriamentos virtuais de hardware e precisa de softwares inteligentes para trabalhar com dados analíticos”, explicou o presidente da Bosch.

Na sua opinião, a engenharia tem que estar se modernizando, seguindo os conceitos machine learning. “No futuro a engenharia vai precisar trabalhar com a inteligência artificial, cognitiva e isso vai se transformar num grande parceiro dos engenheiros e a Bosch está ciente e investindo bastante nisso”, declarou o presidente da Robert Bosch.

“Então a forma como nós engenhamos está num processo de transformação também. Os engenheiros estão sendo cada vez mais desafiados a não somente trabalhar em processos, mas ser empreendedores em criar, em inovar no seu processo de engenharia”, salientou. “Existe um processo de transformação da engenharia, sim. Não só de materiais, mas a conectividade entra num viés novo.”

Neste novo mundo de inovações a engenharia brasileira está cada vez mais globalizada. “A conectividade e a mobilidade inteligente são desenvolvimentos globais feitos por engenheiros globais, com a velocidade das informações é possível aplicar tecnologias em qualquer lugar do mundo de forma muito rápida e o Brasil está se abrindo cada vez mais a essas tecnologias globais”, observou.

O programa Rota 2030, que atende também aos pesados, dará um novo norte ao setor, segundo Botelho: “A engenharia vai passar a usar cada vez mais a conectividade, a eficiência energética através de novas propulsões de motores, novos combustíveis alternativos. Vamos ter um novo impulso tecnológico no Brasil nos próximos dez anos.”

Diante de tanta transformação, não somente os novos engenheiros, mas as universidades que estão formando os engenheiros precisam preparar os futuros profissionais a pensar de forma muito mais cognitiva e de empreendedor. “É preciso que os alunos estejam próximos da indústria e saber para onde vai a tecnologia e não ficar somente no mundo acadêmico”. frisou.

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