Construtor da Marcopolo, e um dos seus fundadores, Paulo Bellini faleceu no dia 15 de junho deste ano e deixou sua marca como grande inovador na indústria de carrocerias para ônibus, tornando a empresa gaúcha uma referência mundial na fabricação de veículos de elevado padrão de qualidade.
Neto dos imigrantes italianos José e Maria Bellini, que chegaram à região da serra gaúcha há mais de cem anos (1895), Paulo Bellini é filho de Alberto e Ermelinda, que também foram desbravadores de Caxias do Sul. Seu pai Alberto tornou-se um dos pioneiros no plantio de trigo no Rio Grande do Sul, e fundou e dirigiu a Metalúrgica Bellini.
Do primeiro grupo de 17 funcionários, formado em 1949, e das primeiras carrocerias em madeira, que levavam 90 dias para serem fabricadas, os desafios de Paulo Bellini para construir praticamente do zero um novo segmento na indústria automotiva brasileira foram enormes. Não existia padrão e nem conceito de fabricação. Os chassis eram próprios para caminhões, o que obrigou o desenvolvimento de processos produtivos diferenciados e mudanças mecânicas significativas.
Em 1961, a empresa ingressou no mercado exterior e realizou a primeira exportação de ônibus brasileiros, para o país vizinho Uruguai. Ainda na mesma década, lançou o modelo Marcopolo, em homenagem ao navegador genovês. O sucesso alcançado fez com que, em 1971, a empresa adotasse o nome Marcopolo. Até então era conhecida como Carrocerias Nicola.
A partir daí, as exportações foram crescendo até que, na década de 1990, teve início o processo de internacionalização, que resultou na multinacional brasileira, que hoje mantém operações em 11 países – África do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Egito, Estados Unidos, Índia, México – e vendas já realizadas para mais de 100 outras nações.
Ainda na década de 60, lançou o modelo Marcopolo, em homenagem ao navegador genovês. O sucesso alcançado fez com que, em 1971, a empresa adotasse o nome Marcopolo. Até então era conhecida como Carrocerias Nicola.
Depois de alcançar a liderança no mercado brasileiro e de exportar para mais de 70 países nos anos 90, a Marcopolo iniciou o seu programa de internacionalização e passou a abrir fábricas fora do Brasil. Primeiro em Portugal e depois na Argentina, México, Colômbia, África do Sul e, mais recentemente, na Rússia e Índia.
GESTÃO DE PESSOAS – Os principais diferenciais competitivos da Marcopolo estão na sua flexibilidade de produção, processos produtivos e na formação de sua mão de obra. Depois de uma visita ao Japão para conhecer as operações das principais montadoras, Paulo Bellini introduziu nas unidades da empresa na Serra Gaúcha (RS) o sistema de produção Marcopolo, focado na valorização e no aperfeiçoamento dos colaboradores para produção em larga escala de “ônibus customizados”, como ele mesmo definiu, uma grande alfaiataria, onde o chassi é a calça e a carroceria, o paletó.
No ano 2000, a Marcopolo destacou-se pela produção dos primeiros ônibus com teto removível para fornecimento a um cliente do Oriente Médio e usados nas peregrinações para as cidades de Meca e Medina. Esse desenvolvimento e outros como as mais de 1.000 unidades para o projeto Transantiago, no Chile, com entrega em prazos curtíssimos tornaram a empresa referência mundial na produção de altos volumes, customizados e com entrega rápida.
O sucesso no exterior, o fornecimento de ônibus para diferentes clientes em mais de 100 países e o elevado padrão de qualidade dos produtos Marcopolo permitiram que, em 2004, a empresa foi eleita Bus Builder of the Year (Melhor Fabricante de ônibus do Ano), na mais importante feira internacional do mundo, realizada a cada dois anos em Kortrijk, na Bélgica, e que reúne as principais empresas do globo.
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