A crise econômica tem impactado o transporte marítimo de cargas. A navegação de longo curso recuou 1,7%, no ano passado. No entanto, entre 2011 e 2016, houve incremento de 12,8%. Em relação às vias interiores, a queda foi de 1,5% se comparado 2016 com 2015. Porém, entre 2010 e 2016, registrou-se aumento de 11,3%, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a balança comercial brasileira apresentou superávit de US$ 47,7 bilhões no ano passado, valor recorde, mas o desempenho das exportações e importações via portos foi marcado por forte retração na comparação com 2015.
As exportações caíram 3,2%, enquanto as importações declinaram 19,8%. Até a ter-ceira semana de maio de 2017, as exportações totalizam US$ 81,18 bilhões e as importações, US$ 54,96 bilhões, com saldo positivo de US$ 26,22 bilhões.
Na cabotagem, que transporta cerca de 150 milhões de toneladas de mercadorias por ano, houve expansão de 0,8%. A maior parte da carga movimentada entre os portos brasileiros é do setor de petróleo e derivados, com preponderância da produção de petróleo offshore, de acordo com a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac). Além de petróleo e derivados, destacam-se carga conteinerizada, bauxita (granéis sólidos), madeira e produtos siderúrgicos (cargas soltas) e produtos químicos (granéis líquidos). Atualmente, a cabotagem representa cerca de 10% da matriz brasileira de transporte de carga, o que é inferior aos 37% movimentados na União Europeia e aos 48% transportados pela China.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o setor industrial nacional apresentou crescimento de 0,6%, no primeiro trimestre de 2017, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os resultados favoráveis do início do ano, ainda que tímidos, podem indicar uma recuperação no setor de cargas marítimas.
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