Poucos se arriscam a fazer estimativas sobre qual será o volume de vendas de ônibus no mercado nacional em 2017, mas os fabricantes de chassis e carrocerias afirmam que já houve sinais de reação do mercado neste início do ano e a maioria trabalha com um possível crescimento da demanda no segundo semestre de 2017.
“Nós já estamos sentindo pequenos sinais de reação, nada fortes, apenas pequenas sinalizações, e acreditamos que as vendas possam começar a melhorar um pouquinho, mas só teremos maior sensibilidade sobre a demanda a partir do segundo semestre. Até lá não gostaria de fazer previsão nenhuma para o mercado porque não há condições”, declara José Antonio Fernandes Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
Assim como outros segmentos, a retomada dos negócios neste setor depende de medidas que mexam na estrutura da economia nacional como um todo. “Para que a economia do país tenha possibilidade de crescimento, precisamos de duas coisas fundamentais. Uma delas já conseguimos, que foi o estabelecimento do teto das despesas do governo corrigido pela inflação do ano anterior, já aprovado na Câmara e no Senado. O segundo ponto é a reforma da previdência, que ainda não foi aprovada. Se for aprovada, junto ao estabelecimento do teto para despesas, os mercados nacional e internacional vão passar a ter confiança no governo brasileiro e aí nós provavelmente teremos as bases para um crescimento sustentável”, avalia o executivo.
Ele ressalta que há outros sinais positivos. Já se projeta uma inflação para este ano abaixo de 4,5%, que é o centro da meta da inflação, e a taxa Selic, que chegou a 14,25%, vem baixando e agora está em 12,25%. “Muitos bancos e órgãos financeiros projetam que a taxa pode chegar ao fim do ano ao redor de 9,75%, ou até menos. Se isto acontecer, baixando a taxa de juros com a inflação controlada, a economia toda começa a se reestruturar e cria-se um clima para que investidores externos passem a investir dentro do país, em programas de infraestrutura e de desenvolvimento, o programa das privatizações pode começar a reacelerar e o país começar a ter uma esperança de desenvolvimento e crescimento. Se tudo isso acontecer, o mercado todo será beneficiado, com geração de empregos, aumento do consumo, crescimento da arrecadação por parte das empresas e do governo, que pode ter seu déficit público reduzido. A confiança voltaria ao palco. Essa é a expectativa econômica que temos”, avalia Martins.
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