O consumo de Arla 32, agente redutor líquido automotivo, está entre 45% e 50% abaixo do necessário para atender a frota de caminhões em circulação no país. Os dados são referentes a 2016 divulgado pela Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul (Afeevas).
Segundo a Afeevas, mesmo com as operações de fiscalização realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos (Ibama), que vêm apreendendo e aplicando multas em motoristas e transportadoras, o cenário ainda é preocupante. “A não utilização de Arla 32, burlas e fraudes ao sistema, interfere diretamente na saúde da população e também na economia do país. Isso porque, além da evasão fiscal, esse processo gera mais gastos com hospitais e tratamento das pessoas expostas à poluição”, explica Elcio Farah, diretor adjunto da Afeevas.
“Outro ponto de atenção refere-se à participação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), pois temos percebido algumas marcas que, apesar de certificadas pelo instituto, estão disponíveis para venda apresentando inúmeras irregularidades. Essa situação gera desconfiança e exige que medidas mais severas sejam tomadas”, diz Farah.
A Afeevas alerta que, além da possibilidade do caminhão ser retido pelas autoridades policiais, caso o veículo utilize produto pirata, emulador ou chip fraudulento, a ação configura crime ambiental, gerando multas e até prisão do motorista.
A Afeevas destaca ainda que estimativas recentes do Banco Mundial mostram que a poluição do ar tem gerado um prejuízo aos cofres públicos de R$ 15,8 bilhões e contribuído diretamente para mais de 62 mil mortes prematuras. Além disso, as perspectivas de futuro não são positivas, pois conforme um estudo publicado pela revista Nature, as mortes em virtude da poluição atmosférica atingirão cerca de 6,6 milhões de pessoas por ano até 2050.