A crise econômica e a retração no segmento de caminhões fizeram a Foton Aumark do Brasil refazer sua estratégia: a marca chinesa decidiu esperar a evolução do mercado para retomar o ritmo das obras de instalação de sua primeira fábrica no país, em Guaíba, Rio Grande do Sul. Em 2017 e parte de 2018, a empresa irá utilizar as instalações da Agrale, no mesmo estado, para produzir seus caminhões. “Negociamos com o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) um prazo maior para a construção da fábrica”, explica Luiz Carlos Mendonça de Barros, CEO da companhia.
Na segunda semana de fevereiro, começam a serem produzidos os primeiros caminhões Foton nas instalações da Agrale, que serão distribuídos nas concessionárias da marca. A previsão é de que a produção seja de 30 unidades por mês. “O volume pode ser alterado de acordo com a demanda do mercado. A Agrale tem capacidade ociosa suficiente para aumentarmos a produção, se for necessário. O acordo é bom para as duas partes, principalmente nesse momento difícil para o setor”, informa Barros.
Barros acredita que haverá uma estabilização e, posteriormente, a recuperação do mercado nacional, ainda em 2017. “As consequências do fim da ‘bolha’ de consumo que o Brasil enfrenta no segmento de caminhões já ocorreram em outros países, como os Estados Unidos, e os mercados estão se recompondo”, diz. O acordo permitirá que a Agrale utilize melhor os seus ativos e que a marca chinesa abrevie os prazos de nacionalização de sua linha de veículos. Para atender à Foton, a Agrale já dispõe de instalações adequadas, visto que sua unidade 2 já monta os caminhões Agrale das Linhas A, S e LX, além de chassis de ônibus e utilitários 4×4 Agrale Marruá.
Segundo Ricardo Mendonça, diretor comercial da montadora chinesa, serão fabricados nas instalações da Agrale, os modelos da linha MiniTruck Foton 3,5 11 DT, Foton 3,5 14 DT, Foton 3,5 14 ST, além do Foton 10 toneladas que atende aos requisitos do Finame. “O primeiro é um modelo mais simples e barato, sem adicionais. A novidade é o 3,5 14 DT, com motor de 140 cavalos, que deve ser muito bem aceito pelo mercado. O de dez toneladas (que pode chegar a 13 toneladas com terceiro eixo) é o único com seis marchas, e eixo dianteiro mais leve, ar-condicionado, travas e vidros elétricos”, informa Mendonça.
Por obedecerem às configurações de um VUC (Veículo Urbano de Carga), Mendonça acredita que os modelos da linha Minitruck serão muito utilizados para entregas em áreas restritas, que necessitem de boa capacidade de cargas. “Esses produtos são bastante adequados para aplicações urbanas de cargas pesadas. Alguns segmentos devem procurar bastante esses modelos, como empresas de entrega de gás, de material de construção, atacadistas, supermercados e de distribuição de produtos refrigerados”, explica o diretor comercial da Foton. Mendonça acredita que os modelos se destacam no mercado nacional e são indicados para as complexas operações de distribuição no Brasil, pois oferecem um conjunto mecânico composto pelos respeitados fornecedores mundiais Cummins, Eaton, ZF, além do sistema de injeção Bosch. As versões de 3,5 toneladas podem ser conduzidas por motoristas com habilitação de categoria “B”.
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