Como consequência da retração na economia nacional, as empresas que prestam serviço de transporte rodoviário de carga tiveram que redimensionar suas estruturas, enxugar o quadro de funcionários e executar uma reengenharia operacional no sentido de adequar suas empresas ao tamanho e ao formato do atual mercado.
“O mercado, sobretudo o da carga fracionada, está extremamente conflagrado na medida em que as transportadoras são as mesmas, mas o volume de carga transportado diminuiu de forma expressiva. Com a queda da massa de carga transportada, é evidente que se entra num universo do ‘salve-se quem puder’ e quem sofre são as tarifas praticadas porque no afã de conseguir manter seus fluxos de transporte, essas transportadoras invariavelmente abaixam seus preços, tendo como consequência mais danosa a diminuição das margens de resultado”, analisa Urubatan Helou, vice-presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). “Houve diminuição dramática do ponto de vista de rentabilidade das transportadoras, quando não prejuízos imensos”, complementa.
De acordo com pesquisa realizada pela NTC&Logística em janeiro, com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário de cargas em todo país, há uma diferença de 12,9% entre os valores dos fretes praticados no mercado e os custos efetivos da atividade. Embora o número seja inferior ao apurado em janeiro do ano passado (14,11%), ficou acima do resultado da última pesquisa, realizada em agosto de 2015 (10,14%). O levantamento feito pela entidade mostra também que 75,8% dos entrevistados apresentaram queda no desempenho financeiro de 0,1% a 10% no ano passado. Ainda de acordo com a pesquisa, 83,6% dos empresários não recebem fretes em dia e 78% dos entrevistados estão pessimistas com o ano de 2016, com expectativa de nenhum crescimento ou até encolhimento de mercado.
De acordo com a pesquisa da NTC&L, a defasagem no frete decorre do acúmulo das defasagens ao longo dos anos e da inflação dos insumos que compõem os custos, como o combustível e a mão de obra, que lideram o ranking. O óleo diesel acumulou alta de 13,49% nos 12 meses findos em janeiro, e o salário de motoristas contabilizou 9% de aumento no mesmo período.
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