A cidade do Rio de Janeiro colocou em operação o seu primeiro Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), ligando nesta primeira etapa a Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, com 18 quilômetros de trilhos, 17 paradas e uma estação. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o avanço da operação será de forma progressiva para que a população se acostume com a circulação dos bondes. A prioridade é garantir a segurança plena aos futuros passageiros e o melhor convívio entre pedestres, veículos e o VLT. A cada ciclo, gradativamente, horário e trajetos da operação serão ampliados e novos bondes entrarão no sistema.
Nesta fase, o VLT transportará passageiros de segunda a sexta-feira, das 12 às 15 horas com embarque e desembarque em oito paradas nos dois sentidos: Parada dos Museus, São Bento, Candelária, Sete de Setembro, Carioca, Cinelândia, Antônio Carlos e Santos Dumont.
Quando a linha total estiver em plena operação, a partir de 2017, o VLT Carioca funcionará 24 horas com 32 trens e capacidade para transportar 300 mil pessoas. Contará com 31 estações interligando, por meio de uma rede com aproximadamente 28 quilômetros de extensão, todos os meios de transporte do centro e da região portuária – barcas, metrô, trem, ônibus, aeroporto, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos e, futuramente, o corredor de ônibus BRT Transbrasil, que será inaugurado em 2017. Terá máquinas de autoatendimento para a compra de bilhetes em todas as paradas e estações. Condutores e controladores responsáveis por guiar as composições acumulam, desde o ano passado, mais de duas mil horas de treinamentos teóricos, no simulador e habilitação em via. Ao todo, serão 130 profissionais habilitados até o fim de 2016.
Para este modelo de transporte, o consórcio (formado por seis empresas) responsável pela implantação, administração, operação e manutenção do sistema, comprou 32 VLTs modelo Citadis da Alstom em setembro de 2013. Composto por sete módulos, o VLT tem 44 metros de comprimento e capacidade para transportar 420 pessoas. Os primeiros cinco veículos foram desenhados e produzidos em La Rochelle, na França, e os outros 27 carros estão sendo fabricados em Taubaté (SP), onde está instalada a primeira fábrica de VLT da Alstom no Brasil. Deste total, nove veículos já foram entregues.
O VLT é movido a eletricidade com a opção de alimentação pelo solo (APS), tecnologia que utiliza energia captada por meio de um terceiro trilho instalado entre os trilhos de rolamento do trem, dispensando o uso de fiação aérea (catenárias). Também utiliza supercapacitores, módulos instalados no veículo para armazenar energia.
Além do fornecimento do sistema integrado, a Alstom é responsável pela coordenação de todo o sistema do VLT, desde o seu design até a completa validação, comissionamento e suporte para manutenção.
A implantação do VLT demandou investimento de R$ 1,15 bilhão, sendo R$532 milhões provenientes de recursos do Ministério das Cidades por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e R$ 625 milhões de parceria público-privada (PPP) da prefeitura do Rio.