Seis anos após a entrada em operação do primeiro protótipo de ônibus movido a hidrogênio no Brasil, o município de São Bernardo do Campo recebeu hoje (15.06) três novos ônibus a hidrogênio, que começarão a circular comercialmente a partir do mês de julho, no transporte de passageiros no corredor São Mateus-Jabaquara, no trecho entre Diadema e o bairro do Morumbi.
O projeto, tanto do primeiro ônibus quanto destes novos três veículos, é 100% nacional e foi desenvolvido pela TuttoTrasporti, de Caxias do Sul (RS), que faz parte de um consórcio formado pelas empresas Ballard Power Systems, EPRI International, Hydrogenics Corporation, Marcopolo e Petrobras Distribuidora, grupo responsável também pela implantação da estação de produção e abastecimento de hidrogênio na garagem da Metra, que vai operar o sistema. O gestor do transporte público nessa região é a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP).
O chassi é da MAN; a montadora entregou apenas a estrutura para receber a tecnologia desenvolvida pela Tutto, com motor Weg. O governador Geraldo Alckmin, que esteve presente ao evento que marcou a entrega oficial dos novos ônibus para a Metra, destacou que os veículos têm 65% de índice de nacionalização entre seus componentes e assinalou a importância do uso de um combustível alternativo com emissão zero de poluentes – somente vapor d’água é eliminado pelo escapamento – na frota de São Paulo que é a terceira cidade mais populosa do mundo, atrás apenas de Tóquio, no Japão, e de Mumbai, na Índia.
A carroceria do novo modelo a hidrogênio foi desenvolvida pela Marcopolo, é um Viale BRS de 13,2 metros, com quatro portas, piso baixo, e capacidade para 27 passageiros sentados e 42 em pé (o primeiro protótipo acomodava cerca de 15 passageiros sentados). Tem área para cadeira de rodas e acesso por rampa.
Nas pinturas dos ônibus, foram representados três tipos de pássaros brasileiros: o Tuiuiu, símbolo do Pantanal e uma das maiores aves do país, de plumagem branca, pescoço vermelho e cabeça preta; a Ararajuba, da região amazônica, com plumagem amarelo-ouro e as penas das asas em verde; e o Sabiá-Laranjeria, bem conhecido em São Paulo, frequentemente presente nos jardins e praças da cidade e representado nos tons de marrom.
O investimento, tanto na aquisição dos três ônibus – cada um custa cerca de US$ 1 milhão – quanto nas instalações feitas na garagem da Metra, foi financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, com recursos do Global Environment Facility (GEF) e da Agência Brasileira de Inovação (Finep), por meio do Ministério de Minas e Energia.