US$ 3 bilhões em cargas aéreas internacionais. Este é o montante que a BH Airport, empresa que desde janeiro administra o aeroporto internacional Tancredo Neves, em Confins (região metropolitana de Belo Horizonte), espera atrair em médio prazo para seus domínios.
De acordo com Peter Robbe, gestor da BH Airport Cargo, área de logística da BH Airport, os US$ 3 bilhões são referentes a “cargas mineiras”, ou seja, que têm origem ou destino em empresas que atuam no Estado de Minas Gerais. Deste total, R$ 2,2 bilhões são exportações – o restante importações.
“Estas cargas atualmente estão sendo movimentados por aeroportos de São Paulo (Guarulhos e Viracopos) e Rio (Galeão). Elas chegam ou saem de Minas por meio do transporte rodoviário, aumentado prazos de descolocamentos e custos. É natural que a partir de agora elas passem a ser movimentadas por Confins, já que vamos investir na modernização da infraestrutra”, disse Robbe.
Para fazer a captação, a BH Airport Cargo já iniciou um trabalho de convencimento junto a operadores logísticos, embarcadores e empresas aéreas. A concessionária também conta com apoio do governo do estado na ampliação de incentivos para a movimentação de carga aérea a partir de Minas. “De imediato, a BH Airport não vai cobrar tarifa de embarque e desembarque para aviões cargueiros”, disse.
A BH Airport assumiu o controle total de Confins em janeiro. Só em armazéns para carga internacional dispõe de 12 mil metros quadrados. Também tem uma área lonada de 2 mil metros quadrados para cargas domésticas operada pelas empresas aéreas nacionais.
A BH Airport prevê investir R$ 1,5 bilhão na construção do Terminal 2 do aeroporto internacional Tancredo Neves, que vive uma situação difícil. Foi destituído o consórcio que entregou apenas 53% das obras de reforma do terminal 1, que ainda convive com tapumes nas áreas de circulação de passageiros. As obras deveriam ter sido concluídas antes da Copa de 2014.
A Infraero e consórcio formado pelas empreiteiras Marquise e Normatel tentam uma solução na Justiça. Discute-se a possibilidade de a BH Airport, que ganhou a concessão por 30 anos, assumir a finalização das obras do Terminal 1.
De acordo com Robbe, a BH Airport quer reforçar o trabalho de captação de cargas aéreas nos setores farmacêutico, automotivo, aeronáutico e eletrônicos. “São segmentos fortes na economia mineira com várias empresas atuando nessas cadeias”, afirmou o executivo.
No ano passado, o aeroporto de Confins movimentou 10,5 milhões de passageiros e 22 mil toneladas de carga internacional. Com a conclusão do Terminal 1 e a construção do 2, o objetivo é chegar a 2023 com 22 milhões de passageiros. Antes disso, a empresa espera dobrar a movimentação de cargas aéreas. “Há um grande potencial para isso”, reforçou Robbe.