O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, busca no exterior e no país investidores para a infraestrutura, mas alguns analistas acham que, no caso das ferrovias, o governo vai ter de bancar uma parcela muito maior de recursos que os parceiros privados.
Luiz Henrique Teixeira Baldez, presidente-executivo da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (Abnut), afirmou que o governo precisa se conscientizar de que vai ter arcar com parte dos investimentos se quiser modernizar suas ferrovias.
“Fizemos um estudo recentemente sobre o modelo pretendido pelo governo em que o setor privado implanta a via férrea e a Valec compra a capacidade e revende para operadores independentes. O resultado é que, com isso, o governo só vai recuperar 45% do investimento, ou seja, o modelo requer subsídio. O ministro da economia vai dizer que não tem dinheiro e diremos, então, que não haverá ferrovia”, explicou Baldez.
A Abnut cobra agilidade do governo federal sobre a definição de um marco regulatório para a concessão de ferrovias. “Se este modelo começar agora só teremos novas ferrovias em 2023. O nosso processo licitatório é muito complexo.”